Publicidade
Publicidade
O paulistano e o verde
Publicidade
BENEDITO ABBUD
ARQUITETO E PAISAGISTA
Diz a lenda que, durante a Segunda Guerra, a atriz alemã Marlene Dietrich teria dito que, mesmo se a capital fosse destruída, enquanto houvesse linden (Tilia), Berlim ainda seria Berlim.
- Programa usado por prefeitura de SP para censo de árvores está ultrapassado
- De fungos a fios elétricos, saiba quais as ameaças que as árvores enfrentam
- Saiba como funciona a poda de árvores na capital paulista
A vegetação de São Paulo não se caracteriza pela grande homogeneidade, como algumas cidades europeias, nem por maciços heterogêneos, como no caso do Rio, que possui a maior floresta urbana do mundo.
Aqui é preciso lupa para achar manchas verdes no mapa.
Foi assim, debruçado em fotos aéreas em branco e preto, que descobri o mosaico da vegetação de São Paulo. Trabalho realizado em grupo em 1985 e que, agora, fico feliz em saber que a prefeitura pretende atualizar.
Na cinza periferia, as copas apareciam em poucas manchas agrupadas. Ao visitar os locais, concluíamos que quase sempre eram escolas e que aquelas plantas eram o resultado de comemorações do dia da árvore.
O trabalho me ensinou que o denso verde existe em São Paulo, mas está lá longe, na serra de Cantareira ou na serra do Mar, afastado do cotidiano. Há ainda a presença de manchas verdes densas, porém concentradas em poucos parques urbanos.
Historicamente, a legislação não acolhe a vegetação no desenho da cidade. As calçadas são estreitas, assim como os canteiros centrais e as praças.
A enorme quantidade de muros e arrimos aponta soluções como jardins verticais para estimular a cultura do verde. Protagonistas na discussão, as calçadas sempre foram vistas como "terra de ninguém", inclusive sendo alvo do descarte de plantas inutilizadas nas residências.
A grande quantidade de figueiras que hoje pontuam a paisagem paulistana, inclusive, é resultado da moda dos anos 1950. Eram plantadas como se fosse uma folhagem em modernos vasos cônicos para a decoração das salas. Suas enormes folhas duras e lisas eram lustradas pelas senhoras zelosas que, quando tinham seus vasos quebrados pelas fortes raízes, "jogavam" o problema nas calçadas.
O caso denota a necessidade de a cidade ter técnicos para trabalhar em conjunto com a população na escolha das árvores, contribuindo assim para a criação da identidade verde da cidade.
Benedito Abbud, 58, é arquiteto e paisagista, mestre pela FAU-USP, ex-presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas e conquistou o prêmio Greening 2013 concedido pelo GBC Brasil.
+ CANAIS
- Acompanhe a revista sãopaulo no Facebook
- Acompanhe a revista sãopaulo no Twitter
- Acompanhe a Folha no Twitter
- Conheça a página da Folha no Facebook
+ NOTÍCIAS NA REVISTA SÃOPAULO
- Site incentiva boicote a lugares com preços altos em SP
- Moradores de Alphaville adesivam seus carros para protestar contra falta de luz
- Subprefeitos de SP elegem as prioridades das regiões que administram até 2016
+ NOTÍCIAS NA REVISTA SERAFINA
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Fica, vai ter bloco! Carnaval em SP atrai 495 grupos neste ano; descubra quais não dá para perder
- Kuniko Yohana, do 'Pastel da Maria', tem 50 anos de feira e uma verdadeira linha de produção
- Conheça sete lugares para se divertir com jogos de tabuleiro em SP
- Jornalista vira motorista do Uber e ganha R$ 1,2 mil em três meses
- Veja medidas de roupas e calçados dos EUA e suas equivalentes no Brasil
+ Comentadas