Conheça Kondzilla, o diretor por trás dos principais clipes de funk ostentação

Antes dele, o funk ostentação era mais humilde.

Quando Konrad Dantas, 25, conhecido como Kondzilla, começou a produzir clipes para os funkeiros paulistas, há cerca de três anos, já fazia sucesso na periferia o estilo que fala de grifes e mulheres. Mas o que acompanhava o som no YouTube eram slideshows com fotos tiradas da internet.

"Faltavam vídeos bem-feitos de funk", diz ele, que já na adolescência sonhava com gravações no estilo de seus ídolos do rap americano: Slim Thug, Mike Jones e Paul Wall.

Nascido no Guarujá, Konrad perdeu a mãe em 2008 e veio para São Paulo fazer um curso de cinema com o dinheiro do seguro de vida. Chegou a trabalhar com finalização e efeitos visuais em publicidade.

"Eu percebi que não era o que eu queria e resolvi voltar para o litoral".

Na Baixada Santista, gravou seu primeiro clipe, de rap, em 2010. A música chamava "Litoral Sujo" e o diretor deu um jeito de colocar possantes e garotas. "O pessoal não gostou muito. Disseram que o rap tinha que mostrar a realidade", conta.

Foi entre os funkeiros da ostentação que Konrad encontrou espaço. O primeiro clipe feito na capital, em 2011, foi "Megane", do MC Boy do Charmes, que conseguiu 1 milhão de visualizações no YouTube em uma semana (hoje são quase 7 milhões).

A ele se seguiram outros recheados de Mercedes, Citroën e relógios Rolex. No começo de 2012, Konrad já era o queridinho dos funkeiros paulistas, como o Mc Guimê, o Boy do Charmes, o. Hoje são mais de 90 vídeos e cerca de 250 milhões de visualizações, calcula ele.

No começo, os carros eram alugados e o "elenco", feito por amigos. "Pro Megane a verba era de R$ 800". Com o sucesso do estilo ostentação, a situação dos MC's melhorou e os clipes ficaram mais sofisticados.

Hoje Konrad grava com uma câmera de cinema, a maioria dos carros é dos próprios funkeiros e alguns clipes contratam modelos. "Mas os amigos continuam a fazer parte. Todo mundo quer aparecer, né?". Uma das produções chegou a ter 25 pessoas na equipe de apoio e um helicóptero para cenas aéreas.

Para uma outra gravação, viajou para Las Vegas. "Lá foi em esquema de guerrilha: câmera de mão, sem autorização de nenhum cassino, só eu e mais um na equipe."

O diretor aproveita o sucesso dos vídeos para reforçar sua marca -o boné Kondzilla oficial (R$ 80 no site) já foi até falsificado.

Konrad jura ser um "cara simples" e não ter nada do glamour dos vídeos na própria vida. "O cara que trabalha no parque de diversão não se diverte", compara.

"O negócio fez sucesso em volume, mas a grana eu ainda estou tentando fazer", diz ele. Mas já dá para viver só disso? "Sim. Dá para pagar a conta do Nextel."

Veja alguns dos clipes dirigidos por Kondzilla:

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