Uma pintura pendurada no Fórum Criminal da Barra Funda está em processo de julgamento. A Comissão de Igualdade Racial da Organização dos Advogados do Brasil quer retirar da parede do órgão um quadro que mostra um escravo sendo açoitado por outro em um pelourinho, enquanto uma multidão assiste.
Um ofício pedindo a retirada da obra foi enviado pela presidente da comissão para a Acrimesp (Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo), que mantém a tela em uma galeria que ocupa dentro do prédio público.
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| A pintura de autor desconhecido que está pendurada no Fórum da Barra Funda |
A obra, de autor desconhecido, foi inspirada no trabalho do pintor francês Jean-Baptiste Debret, que retratou realisticamente cenas do Brasil colônia nos séculos 18 e 19.
No texto, a presidente da comissão, Carmen Dora de Freitas Ferreira, afirma que recebeu queixas do quadro, por "reforçar o esteriótipo e o preconceito enrustidos em muitas pessoas, que ainda nos dias atuais, têm a ousadia de se referir ao negro ou à negra afirmando 'vou te colocar no tronco'".
A Acrimesp classificou o pedido como "uma censura, de tentar proibir a exposição de uma obra de arte", mas se comprometeu em outro ofício a "remover a obra do referido espaço, substituindo-a por outra que 'retrate o negro de forma positiva'".
A OAB afirma em nota que o pedido da comissão "não representa posicionamento da entidade, uma vez não houve deliberação da Diretoria ou do Conselho Seccional da OAB-SP nesse sentido". O presidente da entidade, Marcos da Costa, classificou o pedido como "uma preocuoação compreensível".