Coleção modernista de ex-banqueiro será exposta na Pinacoteca em 2016

A Pinacoteca do Estado (centro de São Paulo) apresentará em 2016 a Coleção Roger Wright, que leva o nome do ex-banqueiro e empresário vítima de um acidente aéreo em 2009 na região de Trancoso, na Bahia.

Com 178 itens, o recorte contempla principalmente a produção modernista no Brasil nos anos 1960 e instalações contemporâneas —a maioria delas produzidas a partir dos anos 2000.

Estão representados expoentes das artes visuais dos últimos 60 anos no país, como Lygia Pape, Lygia Clark, Sérgio Camargo, Cildo Meireles, Wesley Duke Lee, Claudio Tozzi, Antonio Dias e Antonio Henrique Amaral.

As obras serão recepcionadas pela Pinacoteca, vinculada à Secretaria da Cultura paulista, por meio de um contrato de comodato que, segundo a instituição, será assinado no próximo dia 16. O acordo prevê que os trabalhos ocuparão um espaço dedicado no museu.

O empresário Roger Wright, ex-sócio do Banco Garantia e dono da Arsenal Investimentos, começou a montar a coleção com seus dois filhos em 1996.

Wright, então aos 56 anos, morreu na queda de um bimotor em Trancoso, no sul da Bahia, em 2009. O acidente também vitimou sua mulher, seus dois filhos e netos. O empresário já havia perdido a primeira mulher em outra tragédia aérea, a queda do Fokker-100 da TAM, em 1996, em São Paulo, que matou 99 pessoas.

O irmão de Roger, Christopher, sua esposa, Coraline, e sua mãe, Ellen Mouravieff-Apostol, decidiram manter as obras em solo brasileiro. Segundo a Pinacoteca, eles consultaram museus nacionais antes de optar pelo que atendesse os requisitos de segurança, pesquisa, salvaguarda e fruição pública.

O irmão do empresário vê na medida uma homenagem à memória do irmão e dos sobrinhos: "Era clara a importância da coleção na vida deles e o quanto esse projeto os unia", diz. Segundo Christopher, "a via institucional teria sido certamente um dia escolhida".

Para a Pinacoteca, a experiência de acomodar obras de arte por meio de comodatos não é nova: um exemplo é o acervo de obras modernistas da coleção de Paulina e José Nemirovsky, em cartaz no museu desde 2004.

Publicidade
Publicidade