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Dengue pode ter consequências no início e no fim da gestação

Foi na 15ª semana de gestação que a blogueira Beatriz Zogaib, 32, contraiu dengue. Como não estava em área considerada de risco, seu obstetra confundiu os sintomas com virose.

"Comecei a ver manchas vermelhas no colo e na barriga e achei que fosse uma alergia", relata. Como teve febre na sequência, desconfiou da doença, em abril do ano passado. "Fui para o pronto-socorro e detectaram que era dengue, pois a quantidade de plaquetas estava caindo", diz Beatriz, citando um dos problemas ocasionados pela doença.

Editoria de Arte/Folhapress
GUERRA À DENGUEConheça dicas de prevenção, sintomas e repelentes mais indicados
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A médica infectologista do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, Régia Damous, explica que o resultado do exame de sorologia para dengue só é obtido no sexto dia da manifestação dos primeiros sintomas.

"Antes disso, o diagnóstico é o clínico, como dor nas juntas, no corpo e atrás dos olhos. Além da febre, claro."

Para o feto, ela afirma que o risco de transmissão é pequeno. A gestante, por estar com o sistema imunológico fragilizado, tem maior risco de sangramento, queda de pressão e aborto, principalmente no início da gestação. No último trimestre, o risco é de parto prematuro. Na amamentação, não há perigo de transmitir a doença para o bebê.

Segundo o obstetra Cássio Lugó, qualquer doença —até mesmo uma gripe forte— pode representar risco à gestação. "No começo da gravidez, o risco é de aborto e, no final, de estimulação ao trabalho de parto."

O obstetra Mario Macoto, do Hospital e Maternidade Santa Joana, diz que existem discussões sobre o uso de repelente, mas o indicado é o com icaridina. "A melhor proteção mesmo são os cuidados para não deixar o mosquito procriar", enfatiza.

Foram necessários 15 dias de tratamento para Beatriz Zogaib ficar curada totalmente. "Não fiquei no hospital, pois, como os leucócitos ficam baixos, há risco de infecção."

A recomendação que ela recebeu foi de repouso e muito líquido. A hidratação, segundo a infectologista, deve ser vigorosa, mas nada de refrigerante ou isotônicos, pois eles contêm muito sódio. Sua indicação é beber bastante água, água de coco, suco de frutas natural e soro caseiro.

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