Para novo gerente do CCBB, o governo tem que olhar para o centro de SP

É possível descrever o mato-grossense-do-sul Tadeu Figueiró, 34, gerente-geral do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), como um jovem falante e cheio de planos para realizar no novo trabalho.

O primeiro deles é a implementação de um sistema capaz de agendar o horário em que o frequentador visitará as exposições do espaço, geralmente muito concorridas.

Criado no Pantanal "com as capivaras de Campo Grande", ele se mudou para São Paulo em maio, quando assumiu o cargo, mas já se diz apaixonado pela região central da cidade.

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sãopaulo - Na mostra "Picasso e a Modernidade Espanhola" foram implementadas ações para entreter os visitantes durante as longas filas de espera. Planejam algo parecido para receber "Kandinsky - Tudo Começa num Ponto", em julho?
Tadeu Figueiró - Para essa exposição, a gente já vai ter um sistema de agendamento da visita. O público vai poder, por meio do smartphone ou do computador, marcar um horário. Quando a pessoa chegar ao CCBB, não vai mais precisar esperar. Para a mídia, a fila é bacana, pois demonstra que tem muita gente interessada no evento. No entanto, para nós, administrar uma fila das 9h até as 21h é super desgastante, assim como para o visitante. Não é legal para ninguém.

Quais são seus planos para o CCBB a longo prazo?
Temos aquela velha expectativa de ampliar o nosso espaço. Em outras épocas, vislumbrou-se que o CCBB poderia crescer para outra região da cidade. Eu tenho mantido o foco de ficar por aqui. Sou novo em São Paulo, cheguei para morar em maio, mas já sou completamente apaixonado pelo centro. Dia 26/6, tenho uma reunião com o secretário de Cultura [Nabil Bonduki] para conseguir parceiros e viabilizar essa expansão.

Acha que a escolha do seu nome visa trazer atrações e frequentadores mais joviais?
Acredito que não tenha a ver a expectativa da programação com minha idade, mas o inverso também é verdadeiro. O fato de eu ter 34 anos e um olhar jovem faz com que fiquemos, eu e minha equipe, antenados com o que os jovens queiram ver.

Você está há pouco tempo aqui e já se diz apaixonado pelo centro. O que existe de negativo em São Paulo?
Digo que o melhor está no centro porque vejo diariamente o potencial desses prédios, dessas ruas. Enxergo na região, além de sua tendência comercial, uma vocação turística. E uma beleza inacreditável. Se empresas e o próprio governo olhassem para o centro como um foco de turismo e cultura, acho que seria um ganho imenso para a cidade. O que há de pior já é chavão: é o trânsito, claro.

Como se locomove na cidade?
Ando de metrô, bicicleta e táxi. Vendi meu carro em Brasília [ele trabalhava no CCBB de lá] e ainda não comprei outro. Estou no movimento "é possível morar em São Paulo sem carro" [risos].

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