Restaurantes eleitos júri

No Tuju, o chef Ivan Ralston cuida do prato, da horta e até do pescador

Tuju é um pássaro novo na cidade. Gosta de planta fresca (um monte delas: das delicadas às robustas), nativo da mata atlântica que é. Então, se é para viver em São Paulo, que seja na horta —e na Vila Madalena, de hábitos noturnos. Boêmio, o Tuju.

Tuju é um pássaro solto. Prefere a gaiola ampla, moderna, sem muitas grades. Se é para estar do lado de dentro, que se possa acompanhar tudo o que acontece lá. Que se possa ver o que é feito na cozinha, aberta, silenciosa, coreográfica, harmônica.

Tuju é um pássaro faminto. Gosta de sustância, de proteína, de untuosidade. No seu pedacinho de pão, tem tutano e beldroega. Na sua cumbuca, cheia de tempero, tem sete tipos de feijão e um pedaço de foie gras. No prato de arroz, tem mar (lagostim na chapa e o caldo dele), montanha (sofrito de queixada) e a raspa (queimadinha) do tacho.

Tuju não é um pássaro qualquer, pensa no amanhã. Se a horta precisa de força, rega a planta com iogurte. Se o peixe precisa de cuidado, vai para o litoral conversar com o pescador e ajudar a melhorar seu trabalho. Diz que mais importante que a gastronomia é a cadeia alimentar.

Tuju é pássaro novo, de vida longa.

R. Fradique Coutinho, 1.248, Pinheiros, região oeste, tel. 2691-5548. 70 lugares. Ter.: 19h30 às 22h30. Qua. e qui.: 12h às 15h e 19h30 às 22h30. Sex.: 12h às 15h e 19h30 às 23h. Sáb.: 13h às 16h e 19h30 às 23h. Dom.: 13h às 16h. Menu-executivo: R$ 65. Valet (R$ 20).

MELHOR NOVIDADE (JÚRI)

Publicidade
Publicidade