Ministério Público abre inquérito para apurar se Villa Mix discrimina clientes

O Ministério Público de São Paulo abriu na terça (4) um inquérito para apurar se a Villa Mix, casa noturna na Vila Olímpia, discrimina seus frequentadores baseada em raça, aparência ou razão social.

A Promotoria de Justiça de Direitos Humanos e Inclusão Social, um braço do órgão, foi acionada por uma mulher que diz ter tido a entrada barrada na balada em 2014. O documento narra que a jovem procurou a recepcionista da casa, dizendo que duas amigas chegaram perguntando se o grupo poderia entrar. "A atendente disse que primeiro teria que ver as amigas, para somente depois decidir se poderiam ou não entrar", segundo o relato.

Almeida Rocha/Folhapress
Fachada da casa de shows Villa Mix, na Vila Olímpia
Fachada da casa de shows Villa Mix, na Vila Olímpia

O inquérito também relata o caso de um homem que diz ter sofrido discriminação por ter nascido no Nordeste. "Esta não é a primeira vez que a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos recebe denúncia de discriminação praticada no interior da casa noturna", lê-se no documento do órgão.

Após investigação preliminar, o Ministério Público afirma ter constatado "prática reiterada de discriminação racial, social e estética". "Essa escolha de 'quem entra e quem não entra' tem a função de segregar e marcar a divisão entre pessoas", escreveu o órgão público.

A casa tem 20 dias para prestar esclarecimento sobre as queixas de segregação feitas por clientes. O documento ainda notifica que a abertura de um inquérito policial será solicitada.

OUTRO LADO

A Villa Mix afirmou em nota não ter sido notificada do documento do Ministério Público.

"A casa não pratica nenhum crime de discriminação, como absurdamente alegado, tanto que há frequentadores de todas as raças, estaturas, idades e etnias." Segundo a nota, algumas pessoas são barradas porque "sua lotação é muito rápida e assim não há como atender a todos os que procuram sua prestação de serviços".

Publicidade
Publicidade