Conheça cinco atletas veteranos que continuam na ativa depois dos 40

Sênior, veterano. As designações podem ser aplicadas a atletas que vão de Rogério Ceni, goleiro do São Paulo, a Zé Roberto, do Palmeiras. Conciliando cabelos brancos, treinos, casa e filhos, eles ultrapassaram a barreira dos 40 anos ainda em atividade em seus esportes.

Até pouco tempo atrás, o time deles contava, ainda, com a jogadora de vôlei Fofão, cuja aposentadoria veio aos 45 anos, e da saltadora campeã olímpica Maurren Maggi, que decidiu parar um ano antes dos 40. A triatleta Fernanda Keller, do Rio de Janeiro, segue nas competições aos 51 anos.

Motivos para terem ido mais adiante do que a maioria variam. "A longevidade em esportes de alto rendimento depende do tipo de atividade que a pessoa faz e se teve lesões durante a trajetória dela", diz Fernando Oliveira, coordenador da área físico-desportiva do Sesc Pompeia.

Vitoriosos, cinco atletas paulistas contam como é a vida de esportista aos 40.

ANDERSON SILVA — 40 ANOS

O "Spider" não quer parar. "Dá para competir mais uns cinco anos", diz o paulistano, considerado o melhor lutador de MMA (artes marciais mistas) da história. Sua última luta foi no início deste ano. Após se recuperar de uma fratura na perna esquerda, bateu o americano Nick Diaz. Poucos dias depois, foi anunciado que caíra no exame antidoping. Em meio à polêmica, mantém a forma. "Vou continuar treinando duro e no tempo livre me
reunir com os amigos." E receita um "ótimo exercício" para se fazer aos 40 anos: recordar histórias da vida.

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ROBERT SCHEIDT — 42 ANOS

Na década de 1970, um garoto paulistano começou a velejar na represa de Guarapiranga, na zona sul, em um barco dado pelo pai. Eram os primeiros passos de um dos mais vitoriosos esportistas do país. "A primeira vez que fui para o Mundial da Juventude, tive que levar o Hino Nacional numa fita cassete", lembra o velejador. Cinco Olimpíadas se passaram, cinco medalhas foram conquistadas e, aos 42 anos, ele prepara-se para disputar os Jogos no Rio, em 2016. "A cobrança é a mesma de quando eu tinha 20 anos", diz o atleta. "A diferença é que tenho de cuidar mais do corpo e divido a atenção com minha mulher, filho."

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ZÉ ROBERTO — 41 ANOS

Antes da estreia no último Paulista, com o time reunido, um veterano convocou os companheiros a resgatarem a grandeza do clube. Em forma e de volta ao futebol de São Paulo, onde iniciou a carreira, o jogador já disputou dezenas de partidas neste ano em busca de um objetivo: "fazer o Palmeiras voltar a conquistar um título". "Estou na melhor fase da minha carreira", diz o camisa 11, revelado na Portuguesa e com passagens por Real Madrid e Bayern de Munique. "É fácil dizer isso com 20 ou 25 anos, mas com 40 não se escuta muito no esporte."

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SANDRO DIAS — 40 ANOS

"Estou bem de saúde", avisa logo Minheirinho. "Posso competir uns 15 anos." Dono de seis títulos mundiais e de medalhas no evento de esportes radicais X Games, ele divide a vida de esportista com a de pai, marido e empresário —tem duas marcas, uma confecção e outra de artigos esportivos. "Comecei a andar de skate em uma época em que o esporte era marginalizado, sem patrocínios e oportunidades", diz ele. "Hoje,
o skate é o segundo esporte mais praticado no país, só atrás do futebol. Compito com garotos 20 anos mais novos do que eu."

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RUBENS BARRICHELO — 43 ANOS

Rubinho não tira o pé do acelerador. "Achei que quando tivesse 40 anos não estaria com tanta velocidade no sangue", diz o piloto, que ganhou o primeiro kart aos seis anos. Com participação em 326 corridas na F-1, recorde na categoria, reinventou-se. Tentou a Fórmula Indy e, por fim, migrou para a Stock Car, na qual foi campeão em 2014. Até a semana passada, ocupava a quarta posição na temporada 2015. "Hoje, me sinto mais novo do que aos 20 anos e me permito fazer o que me dá prazer. Voltar a andar de kart com meus filhos é algo que nunca imaginei."

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