Anônimas dão dicas para emagrecer na internet e faturam até R$ 11 mil

Seguindo os passos de musas fitness como Gabriela Pugliesi (1,5 milhão de seguidores no Instagram) e Alice Matos (1,3 milhão), que atraem fãs ao registrar idas à academia, pratos saudáveis e frases motivacionais, várias mulheres anônimas passaram a compartilhar nas redes sociais seu dia a dia à base de muita batata doce, tapioca, agachamentos e selfies no espelho —que mostram o caminho entre o antes e o depois de entrar em forma.

Camila Monteiro, 24, é uma delas. Há apenas um ano no Instagram, a paulistana da zona sul, dona do perfil @projetoenfimmagra, já tem 321k —traduzindo: 321 mil seguidores.

"Ganho de 700 a mil seguidores por dia", conta ela, que, em dois anos, deixou para trás 54 kg. E com um método simples e econômico: reduziu drasticamente a quantidade de comida. Essa foi a saída que Camila encontrou para driblar um período de pouca grana, no qual médicos, nutricionistas e alimentos funcionais definitivamente não cabiam no orçamento.

A dieta deu certo. Tão certo que Camila começou a compartilhar seus ganhos e perdas, além de dicas de receitas saudáveis e, se possível, baratas, para não pesar no bolso das seguidoras menos abastadas, que não são poucas. "Sempre digo a elas que é mais caro ser gordinha do que ser magra. Já me endividei por comida", afirma.

De lá pra cá, muita coisa, além da cinturinha, mudou. Camila trocou o curso de publicidade pelo de nutrição. Conquistou, por meio de seu perfil, um trabalho novo —ela cuida das redes sociais de uma empresa de alimentos sem glúten— e uma nova fonte de renda: postagens patrocinadas, os publi posts. Graças a eles, já chegou a embolsar R$ 11 mil em um mês. "Só aceito fazer propaganda dos produtos que provei e gostei. Não posto o que não confio."

Se o assunto é publi post, Juliana Hernandes, 38, dona do perfil @embuscadocorpoperfeito, compartilha da mesma filosofia. Por meio desse tipo de publicidade, somada com palestras e cursos motivacionais, a administradora que vive em Guarulhos engordou a renda mensal: passou de R$ 4.000 para até R$ 8.000.

Com receitas saudáveis, vídeos de ginástica e "selfies", ela divide com seus 285 mil seguidores uma rotina bem diferente daquela de anos atrás, quando vivia à base de coxinha e refrigerante no café da manhã. No jantar, era arroz, feijão —"eram três escumadeiras de cada"—, bife, batata frita e banana. Se a ocasião permitisse, Juliana consumia até 18 pedaços ao ir a rodízios de pizza. Em oito anos, passou de 78 para 120 kg, momento em que nem o manequim 56 dava mais conta. "Foi aí que minha ficha caiu", lembra.

Foi exatamente o mesmo número 56 que a alagoana Katiuscia Rolim, 34, viu estampado na etiqueta do jeans que comprou no fim de 2013, e que virou o gatilho para a mudança. "Já cheguei a pesar 130 kg. Nessa época, aprendi até a costurar para poder fazer minhas próprias roupas. Não tinha nada do meu tamanho e, mesmo gordinha, sempre fui vaidosa", conta, por telefone, do Rio de Janeiro, onde vive e é seguida por várias paulistanas.

Além do jeans, Katiuscia comprou também um par de tênis, seu maior aliado nos meses que viriam pela frente. Com a dieta Dukan —focada no consumo de proteínas, e aulas de ginástica no YouTube, engatou uma rotina dentro de casa com muito suor. Tudo, claro, devidamente registrado em sua conta, a @dietadaka, que começou com também suados 67 seguidores. Hoje, um ano e nove meses depois, e 44 kg mais leve, ela exibe para os seus 220 mil seguidores sua nova versão: dentro de um manequim 38 e sendo reconhecida nas ruas. Pugliesi que se cuide.

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