Melhor de sãopaulo - Comidinhas e Guloseimas 2015

Melhor sorveteria de SP tem ingredientes orgânicos e brasileiros

Quem passa pela esquina das ruas Joaquim Antunes e Artur de Azevedo, em Pinheiros, na zona oeste paulistana, sente o cheiro adocicado de baunilha a metros de distância. São as casquinhas, levemente tostadas, feitas diariamente naquela casa cor de mostarda desde agosto de 2013.

A Frida & Mina diz que vende sorvete, mas, na verdade, os sócios Thomas Zander e Fernanda Bastos estão no negócio de vender felicidade -ou ao menos a promessa dela. O que eles fazem, afinal, é muito mais do que o sorvete produzido do zero na minúscula cozinha, com ingredientes orgânicos e locais. Não há nome em inglês ou italiano; não há corante nem coberturas. (As únicas coisas que vendem, além do produto principal, são água, chá e café coado.)

Por isso, quando você experimenta um dos 16 sabores oferecidos (R$ 8, pela bola; R$ 12 por duas e R$ 30 pelo pote de meio litro), o que enche a boca é o ingrediente que dá nome ao pedido, só que gelado e com uma textura aveludada, que logo se desfaz na língua quente, sem deixar gosto de ovo nem de açúcar. Frida & Mina é sorvete para aqueles que não aguentam nada muito doce.

A oferta varia de tempos em tempos. Há do exótico cerveja com chocolate, no qual se sente o amargor da cerveja tipo porter (Colorado, de Ribeirão Preto), ao indefectível morango balsâmico. Tem também o de caramelo, o de cachaça-com-limão-e-mel e tem o de tangerina com chocolate, que sempre acaba antes da hora.

A macadâmia, sabor mais pedido desde a inauguração, vem de Dois Córregos, interior de São Paulo. A baunilha, o ingrediente mais difícil de obter de acordo com Zander, é da Bahia, onde estão os raros produtores orgânicos no país. A noz-pecã cresceu no Sul. De todos os ingredientes, só chega de fora o eventual chá preto, trazido da China. "A gente tem tanta coisa legal no Brasil que para nós faz sentido priorizar o produto nacional, criar uma identidade local", diz Zander.

Essa identidade foge de afetações e vai além da produção. Ela se estende para a rua, com os bancos e flores instalados na frente da casa de dois andares e 80 m2 de área total que levou um ano de reforma para abrigar a sorveteria, e que aos sábados (eles fecham aos domingos) fica abarrotada de gente.

No andar de baixo, há a cozinha, separada por uma vidraça, o caixa e o balcão. Em cima, um salão com sofá e cadeiras. Mas o bacana é tomar o sorvete na rua. "Isso era algo que queríamos muito, estar na rua, não em um shopping, e contribuir para a convivência da cidade."

R. Artur de Azevedo, 1.147, Pinheiros, região oeste, tel. 2579-1444. 40 pessoas. Seg. a sáb.: 12h às 21h. Preço: R$ 8 (uma bola).

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