Há uma multidão na lista de possíveis consumidores do empresário Felipe Fioravante, do iFood. Em São Paulo, são 11 milhões de pessoas —ou seja, a população inteira. "Todo mundo come", afirma o CEO do aplicativo.
A empresa, da qual ele é cofundador, é a mais citada por paulistanos que recorrem a aplicativos para pedir comida em casa, segundo pesquisa Datafolha, que, pela primeira vez, perguntou aos moradores da capital seus hábitos sobre o tema.
Ao todo, 55% dos entrevistados pelo instituto disseram que costumam fazer esse tipo de compra. Entre eles, 7% optam por aplicativos, sobretudo os moradores das regiões central e oeste e na faixa dos 25 aos 34 anos.
Com menos de meia década de atuação na cidade, o serviço on-line para pedido e entrega de alimentos —há de pizza a bolos— tenta superar os tradicionais telefonemas.
Diferentemente das ligações, aplicativos como o iFood fornecem uma lista de restaurantes próximos ao local onde o cliente está, com divisões por tipo de comida. Há os ingredientes —que podem ser incluídos ou excluídos, avaliação do público e tempo de entrega estimado.
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Na noite do último dia 16, a reportagem, que estava na região central, usou o aplicativo pela primeira vez. Após um rápido cadastro, dezenas de restaurantes surgiram na tela.
A entrega, que adicionou R$ 7 à conta, estava prevista para ocorrer em até uma hora. Demorou menos, 40 minutos, e o lanche chegou quente.
Atualmente, o serviço atende mais de cem municípios no Brasil. "Estamos próximos de 1 milhão de pedidos por mês", diz Fioravante. "Mas ainda tem muito caminho. Em cinco, sete anos, dá para chegar a 7 milhões, 8 milhões."
Só na capital paulista, de janeiro a setembro, houve 2 milhões de solicitações. O número de restaurantes paulistanos conectados ao serviço está em cerca de 2.000. No país, somam 5.000. "Tem um potencial para 25 mil."
Além de expandir o cardápio, Fioravante diz ser necessário aperfeiçoar o atendimento. "O grande desafio é melhorar a experiência depois que o usuário faz o pedido. Hoje, fazê-lo já se tornou algo com mais possibilidades do que no telefone. Mas, depois que é feito, o processo é igual ao do telefone."
O plano é permitir, um dia, que o cliente consiga acompanhar todos os passos da entrega em tempo real.
Após o iFood, o aplicativo mais mencionado por moradores da capital é o PedidosJá, lançado em 2012.
"Temos mais de 5 milhões de downloads, sendo 2 milhões no Brasil. A metade dos usuários brasileiros é de São Paulo", diz Álvaro García, fundador do aplicativo.
Segundo ele, o crescimento de pedidos na cidade tem sido "exponencial" e um dos objetivos é aumentar cada vez mais a oferta de restaurantes.
O empresário considera que boa parte dos paulistanos "gosta bastante da facilidade proporcionada" pelo aplicativo. "No entanto, nosso principal concorrente ainda é o telefone. Em sua maioria, as pessoas ainda têm o costume de pedir comida por ele."
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