Jovem de 19 anos se torna a 1ª forneira da pizzaria Bráz, onde o pai trabalhava

De cabeça baixa e cabelos pela cintura escondidos sob a touca de cozinheira, Larissa de Negreiros Teixeira, 19, ouviu de um cliente que a observava: "Olha só, filho, o tio está fazendo a nossa pizza".

Não há um dia de serviço em que Larissa escape de situações semelhantes. Ao menos não que ela se lembre.

Desde que assumiu o posto de forneira na nova Bráz de Perdizes, há quase dois meses, ela se acostumou a ver rostos ruborizados toda vez que alguém se engana e percebe que, sim, há uma garota ali atrás do balcão manuseando ingredientes e tomando conta do forno.

"A frase que eu mais escuto hoje em dia é: 'Nossa, é a primeira vez que eu vejo uma mulher fazendo pizza'", diz, achando graça.

Na rede, que conta com quatro unidades em diferentes pontos da capital, ela é de fato a única.

Inês Bonduki/Folhapress
Larissa Teixeira, 19, a primeira mulher a assumir o posto de forneira de uma unidade da pizzaria Bráz
Larissa Teixeira, 19, a primeira mulher a assumir o posto de forneira de uma unidade da pizzaria Bráz

Há meninas trabalhando no salão, na copa e no caixa —são 13, ao todo—, mas não com as mãos na massa. "Fiquei com medo do preconceito, de não me deixarem fazer nada porque sou mulher, mas fui muito bem acolhida e meti a cara."

Quem a vê girando os discos de massa crua para o alto logo entende que, por trás da pouca idade, pode haver alguns anos de experiência.

Ainda aos 13, ela "tomou gosto pela coisa" vendo o pai de criação, Antônio Mariano, preparar as pizzas que saíam do estabelecimento da família, a Bella Lais, em Barueri.

O restaurante fechou as portas em 2014, depois que assaltantes assassinaram Mariano enquanto tentavam roubar o lugar. "Ele gostava do que fazia e me explicava como era."

Há oito meses Larissa fez o primeiro teste na cozinha da Bráz, onde o próprio pai trabalhou antes de abrir o negócio. Foi o tio, Rubens Mariano, 31, garçom da unidade de Higienópolis há mais de uma década, quem levou o nome da sobrinha aos ouvidos da chefia.

"Encontrei com ele na semana passada e ele me disse, 'Caramba Larissa, todo mundo que chega lá só fala de você'." Espalhou-se por aí que a menina nascida no Piauí é "porreta" e que "tem peão por lá que não aguenta o mesmo tanto que ela".

Junto dos seis companheiros de bancada, todos homens, ela despacha em média 70 pizzas por dia. Para não ser confundida com um deles, usa um batom rosa fluorescente todos os dias.

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QUALQUER NÚMERO

37.301
Foi o número de casas visitadas por agentes de saúde da prefeitura para inspeções contra o mosquito da dengue durante o mês de novembro. Nesse período, 749 proprietários não permitiram a entrada dos profissionais.

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BARRADOS NO SESC

A partir do dia 2, as piscinas dos Sescs Interlagos e Itaquera serão usadas só por quem tem carteirinha. Hoje, o acesso é livre a qualquer um que pague R$ 15 e faça exame dermatológico. A entidade disse que a medida visa "qualificar o atendimento" dos associados, pois as piscinas recebem até 5.000 pessoas por dia.

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EFEITO RELÂMPAGO

Nos dias 25 e 26/11, o restaurateur Charlô Whately organiza o Bar do Charlô. Das 18h à 0h, quem passar pelo Bistrozinho, espaço anexo ao Bistrô Charlô, pode aproveitar drinks e petiscos da casa, além de peças do Apartamento 92, e-commerce de móveis vintage. Além de decorar o ambiente, alguns itens também estarão à venda.

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A ÚNICA DO PALCO

Na estrada há 15 anos, a rapper paulistana MC Gra iniciou uma campanha de financiamento coletivo no site Kickante para a gravação do DVD ao vivo "O Jogo só Acaba Quando Termina". Se arrecadar os R$ 70 mil estipulados como meta, o lançamento será o primeiro registro do rap brasileiro com uma mulher à frente do microfone, diz ela.

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