Com dez anos recém-completados, restaurante Brasil a Gosto muda de proposta.
Em vez de um restaurante regular —que trabalha de portas abertas, atendendo demanda diária e espontânea de clientes—, a casa passa a ser um instituto de pesquisas.
À frente do projeto, a chef Ana Luiza Trajano, 37, fala sobre a novidade:
| Alexandre Schneider/Divulgação | ||
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| Ana Luiza Trajano, chef e pesquisadora |
O Brasil a Gosto completou dez anos neste mês sem perder o vigor e a veia criativa na trajetória. Por que transformá-lo justo agora?
Vejo esses dez anos como um ciclo muito produtivo, mas que precisava ser encerrado. Eu não queria me acomodar e já estava ficando descontente com essa possibilidade. Claro que a mudança não veio de última hora, venho amadurecendo essa ideia há três anos –até porque não é fácil abrir mão de um faturamento anual de R$ 5 milhões. É um novo desafio e eu estou muito animada com as novidades.
O que muda de fato? Você não vai sentir falta da cozinha?
Eu não vou parar de cozinhar nem deixar de servir meus clientes. O Brasil a Gosto deixa de ser um restaurante regular, mas continua atendendo sob demanda desde 15/1. É só fazer reserva com antecedência. A ideia é servir almoço e jantar, cafés da manhã e da tarde e festas de aniversário [para grupos de, no mínimo, dez pessoas].
Você diz que está cheia de ideias novas. O que está por vir?
Agora, o Brasil a Gosto é um instituto de pesquisas. Além de projetos esporádicos, como a segunda edição do nosso Boteco [programada para março e, aí sim, de portas abertas aos clientes sem necessidade de reserva], vamos promover cursos, aulas práticas e outras atividades ligadas à área gastronômica. E o estudo não para. A ideia é publicar um livro por ano. A próxima obra já tem orçamento [R$ 512 mil] aprovado na Lei Rouanet.
E a recepção dos clientes ao novo modelo? Como tem sido?
Não dá para agradar todo o mundo, mas o saldo é positivo. Temos uma hostess na porta da casa para explicar aos clientes que vão para conseguir uma mesa na sorte que o formato mudou –fizemos até um panfleto. Para que não percam a viagem, indicamos restaurantes bons nas redondezas.
R. Prof. Azevedo Amaral, 70, Jardim Paulista, região oeste, tel. 3086-3565. É imprescindível fazer reserva.