O espírito olímpico contaminou o país nas últimas semanas, com centenas de milhares de pessoas invadindo o Rio para ver de perto as competições e medalhas brilhando no peito de atletas de ponta. Agora é a vez da Paraolimpíada, que pretende repetir o sucesso e conquistar o brasileiro, mas ainda enfrenta algum desinteresse do público.
A menos de uma semana para o início dos Jogos, nem um quarto dos ingressos foram adquiridos. O cenário pode melhorar. Nesta terça-feira (23), foi batido o recorde de 133.000 entradas vendidas em um único dia.
Na tentativa de mudar esse quadro –e de lotar as arquibancadas paraolímpicas–, a analista comercial Ana Júlia Rodriguez, 24, que mora em São Paulo, criou um financiamento coletivo para arrecadar dinheiro para a compra de ingressos, que serão doados à ONGs do Rio de Janeiro.
A iniciativa nasceu de uma ideia simples: comprar ingressos dos Jogos e distribuir entre ONGs. Prestigiar as competições e, ao mesmo tempo, realizar o sonho de muitas crianças que não teriam a oportunidade de frequentar uma arena tão fácil. Através de um post no Facebook, a ideia encontrou apoiadores e o projeto cresceu, virou um financiamento coletivo no site Vakinha. Em menos de 48 horas, juntou mais de R$ 10.000.
"A meta inicial era de R$ 5.000, mas conseguimos alcançar esse valor em menos de 24 horas. Então, aumentamos para R$ 10.000 e em 24 horas passou de novo", diz Rodriguez –agora o objetivo é atingir a R$ 20.000 até sábado (27), quando a campanha termina.
"Nunca esperava que fosse chegar a um valor tão alto em 48 horas, foi muito espontâneo", afirma ela.
Com o dinheiro arrecadado, serão comprados ingressos para que 180 crianças e adolescentes atendidos pelas ONGs Amparando JG, Casa Semente (ambas atuam no Jardim Gramacho, na Baixada Fluminense), Viva Rio e Movimentarte (que trabalha com jovens com deficiência intelectual) possam assistir aos Jogos.
Além dos bilhetes para diversas modalidades, a iniciativa pretende arcar com custos de transporte e alimentação.
| Jonathan Brady/Efe | ||
 |
||
| O brasileiro Jovane Guissone comemora o ouro na esgrima com cadeira de rodas, em 2012 |