Em novo endereço, restaurante 2nd Floor tem receitas feitas com esmero

Desde fevereiro, o Hidden by 2nd Floor migrou da Vila Clementino para Moema. No novo endereço, o restaurante passou a habitar um espaço diminuto, separado da rua por uma porta de vidro —não fica mais escondido no segundo andar de uma casa, portanto.

Ali ronda um ar de fast-food, ambiente claro, meio pelado e frio, que convida a uma refeição rápida. Mas os processos na cozinha não têm nada de "fast" —são lentos e comandados com esmero pelo sócio Luís Yscava, 34.

Juliana Kurihara/Divulgação
SÃO PAULO - 31.5.17 - Juliana Kurihara/Divulgação - Lamen servido no restaurante Hidden by 2nd Floor, que se mudou para Moema em fevereiro de 2017. ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Lamen servido no restaurante Hidden by 2nd Floor, que se mudou para Moema

Descendente de japonês, o cozinheiro tem passagens por cozinhas estreladas na Europa (Mugaritz, Arzak, The Fat Duck), das quais trouxe a afeição por certas modernidades, como o cozimento lento, a vácuo, numa temperatura que não ultrapassa 75ºC.

A barriga de porco embalada por um delicado bun, aquele pãozinho fofo e branquelo feito no vapor e levemente adocicado, por exemplo, primeiro é cozida por esse método, em sous-vide, e depois passa pelo forno para ganhar crocância. Ela fica mais instigante depois de pincelada com molho hoisin, espesso e pujante, e combinada com picles de pepino e cebolinha (R$ 14).

No centro estão os lámens, o aconchegante macarrão mergulhado em caldo com temperos e acompanhamentos que variam de acordo com a versão. O que leva o nome da casa tem um caldo ralo e profundo, enriquecido com shoyu (R$ 37), mas falta elasticidade e graça à massa. O ovo, de gema mole que esparrama pela tigela ao ser rompido, tem clara gelatinosa.

Tem mais potência o tonkatsu kare udon (R$ 57). A massa, mais grossa e firme, é importada do Japão e servida com um cremoso curry japonês e nacos rosados e suculentos de copalombo (corte macio do pescoço do porco). Empanados com massa de tempura e farinha caseira de pão, são meio grandalhões e fica difícil abocanhá-los com conforto.

Para encerrar, dê uma espiada na vitrine de doces de Mayumi Takizawa, que aprendeu o ofício numa antiga confeitaria no Japão.

O clássico choux cream carece de leveza, mas sai-se ok no conjunto: a massa é aerada e, do creme, salta baunilha (R$ 7).

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Hidden by 2nd Floor
Onde: al. dos Nhambiquaras, 921, Moema, tel. 2339-8878.
Quando: ter. a sáb., das 11h30 às 14h30 e das 19h às 22h30 (confeitaria, das 11h30 às 18h).
Avaliação: regular

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