Preferido dos paulistanos, buldogue francês gosta de companhia e requer cuidados no calor

Quando a empresária Walena Guergik, 46, foi buscar seu buldogue francês, Tyson, estava preparada para um verdadeiro caos. "Achei que ele iria destruir os móveis, morder a casa inteira. Era a fama da raça", conta. Mas parece que a chegada do peludo contrariou as expectativas da família. "Ele se adaptou facilmente e não é de latir. E olha que eu moro em apartamento", afirma ela, que vive na Água Fria, zona norte da cidade.

Mais do que de morder, o "frenchie", como é chamado por seus admiradores, gosta mesmo é de atenção e carinho. Por seu perfil de cão de companhia, caiu no gosto das famílias paulistanas, tornando-se o cachorro com o maior número de novas inscrições no Kenel Clube de São Paulo em 2016: 1.114.

O primeiro registro da raça data de 1885, em Paris –acredita-se que era um cão bastante comum entre açougueiros e comerciantes, e que, por seu porte físico chamativo, se tornou querido também pelas famílias mais abastadas. A mascote serviu de inspiração até para o pintor francês Toulouse-Lautrec (1864-1901), que o imortalizou na obra "Le Marchand de Marrons" (1897).

Apesar de relativamente pequeno –o padrão da Confederação Brasileira de Cinofilia aceita que o animal tenha de 8 kg (fêmea) a 14 kg (macho)–, o buldogue é um cachorro parrudo, com musculatura e ossos densos.

Faz parte da família dos braquicefálicos, ou seja, cães que têm focinho achatado, o que o torna mais propenso a problemas respiratórios, principalmente no calor. "Ele não troca o ar quente pelo frio com a facilidade de um cão de focinho longo", explica Cristiano Feliciano Pinto, proprietário do canil Baby Pet, em São Roque (SP), que cria a raça.

Por isso, o interessado em ter um buldogue francês precisa lembrar: passeios, só pela manhã e no fim do dia, quando a temperatura está amena (em casa, vale ter ventiladores ou ar-condicionado para os dias mais quentes). O tutor também deve evitar danos na coluna do bicho, que podem acontecer ao dar um tranco no passeio ou em um pulo mais brusco no sofá, e priorizar alimentação "super premium", que ajuda a evitar a queda excessiva de pelos e as dermatites.

No mais, os donos garantem: vale todo o investimento –de tempo e de dinheiro. "É um cachorro dócil, brincalhão, que quer estar junto. Muito junto, grudado, sentindo a pessoa", diz Walena. "E tem o olhar. Só de olhar, a gente já se entende."

Eduardo Knapp/Folhapress
O buldogue francês Tyson
O buldogue francês Tyson

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Raio-x da raça

País de origem França
Temperamento Alegre, ativo, apegado ao dono
Porte Pequeno (até 14 kg)
Vive em apartamento? Sim
Preço médio R$ 6.000

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