Entrar numa padaria e sentir o aroma de café pode não ser nenhuma novidade, mas se deparar com uma máquina torrando os grãos da bebida é incomum. A Fabrique, em Higienópolis, na região central paulistana, uniu panificação e torrefação de café, ambas artesanais, em um único espaço.
Do salão principal, vê-se a produção de pães ao fundo e a de cafés no mezanino, onde funciona a Aquitã Nanotorrefação. Os grãos recém-torrados estão a um lance de escadas da máquina que abastece a clientela —uma italiana La Marzocco, equipamento normalmente visto em cafeterias de última geração.
Quem está no comando da torrefação é Fabio Moraes, que trabalha no ramo de café há quase sete anos. "Comecei profissionalmente em 2011, quando comprei a máquina de torra e criei a Aquitã. Na época, eu já tinha feito um curso de torrefação no Coffee Collective, na Dinamarca, e mais dois em São Paulo" diz ele, que paralelamente desenvolve a atividade de "coffee hunter" -caçador de cafés de alta qualidade pelas regiões produtoras do Brasil.
Além do blend regular servido na padaria a R$ 4,50 o expresso, outros cafés estão disponíveis para degustação lá ou em pacotes de 250 gramas (moído ou grão), para levar para casa.
Entre os microlotes garimpados, um dos destaques é o Bourbon Laurina (R$ 40, 250 g; R$ 6,50 o expresso), proveniente da ilha da Reunião, leste de Madagáscar, cultivado em São Sebastião do Paraíso (MG) e cuja característica é ter 50% a menos de cafeína em comparação a outras variedades de café arábica.
Fabrique Pão e Café. R. Itacolomi, 612, Higienópolis.