Primeiro hotel Four Seasons no Brasil abre as portas em outubro, com diárias de R$ 1.400

"Vão tirar as fotos agora? Deixa só eu passar um pano aqui", pede o chef italiano Paolo Lavezzini antes de espanar da bancada de mármore que fica na cozinha principal do hotel Four Seasons São Paulo.

O esforço é tão heroico quanto enxugar gelo. O primeiro empreendimento da marca de luxo no Brasil, previsto para ser inaugurado em 1º de outubro na região do Morumbi, está com obras aceleradas e abriga por enquanto somente pedreiros, marceneiros, eletricistas e profissionais que passam com capacetes por colunas embaladas em plástico bolha, portas forradas de isopor, andaimes e fios encapados que pendem do teto.

Em menos de três meses, porém, a bagunça e as furadeiras vão dar espaço a um local que engrossará a lista de hospedagens cinco estrelas da capital. A ideia é abocanhar a gravata (e a carteira) do público que visita a cidade a trabalho, oferecendo 258 acomodações, spa, academia, piscina com vista para o rio Pinheiros, salões para conferências e diárias que partem de R$ 1.400.

Os valores altos e o perfil seleto serão desafios para fazer com que o local se integre ao dia a dia dos paulistanos. Escolhido para ser o gerente-geral do hotel, o suíço Michael Schmid afirma que o restaurante e o bar do lobby receberão atenção especial nesse sentido, a fim de atrair quem trabalha em escritórios da região e deseja uma opção de almoço ou happy hour –o menu-executivo, com entrada e prato principal, custará por volta de R$ 75. Além, é claro, de receber o público que procura um espaço reservado para jantar a dois ou com a família.

"Vamos ter baristas e mixologistas que prepararão um menu assinado, mas sem aquele ambiente solene de hotel que costuma afastar ou dar medo nas pessoas", conta Schmid. Batizado de Caju SP, o bar deve exalar um ar chique-alternativo com inspirações na atmosfera dos botecos paulistanos.

No comando da cozinha, Lavezzini ainda está finalizando a preparação do cardápio, que será especializado em pratos italianos.

"Mas com uma bossa brasileira e o máximo de produtos locais, de preferência adquiridos de fornecedores próximos a São Paulo." Alguns queijos e azeites, por exemplo, serão nacionais. Todos os pães servidos para as 160 pessoas que o restaurante pode receber simultaneamente serão feitos no próprio local. "Encontrei há poucas semanas um ótimo produtor de tomates e fiquei com a ideia de incluir um espaguete pomodoro", divulga o chef, que antes trabalhava na unidade do Fasano no Rio.

Além dos ingredientes, o país estará representado na decoração. Uma escultura do pernambucano Francisco Brennand poderá ser vista no lobby, cuja recepção é ornada com mármore nacional. Designers como Jader Almeida, Gustavo Bittencourt e Jorge Zalszupin assinam peças do mobiliário -uma poltrona feita por este último pode ultrapassar a cifra de R$ 12 mil, por exemplo. As reservas estarão disponíveis no site da companhia a partir de 24 de julho.

"Vários clientes nos cobravam essa inauguração. Não entendiam como podíamos estar fora da capital financeira da América Latina", completa Schmid. Entre os países vizinhos, a empresa oferece opções nas capitais da Argentina e também da Colômbia. No Brasil, a poeira e os tratores escavam agora um espaço nessa lista.

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