Comida

Cerâmicas tornam pratos de restaurantes mais atraentes

Moritsuke –esse é o nome que os japoneses dão à arte de compor os alimentos em um prato de forma bonita e harmônica. Para os orientais, caprichar na estética é tão importante quanto acertar a mão na cozinha. Quem explica é a chef Telma Shiraishi, do Aizomê.

"Nos restaurantes sofisticados de Kyoto, onde é servido o kaiseki ryori, banquete tradicional japonês, o preço varia conforme a porcelana. Quem faz questão de comer em peças de museu, algumas com centenas de anos, paga bem mais caro", conta.

Brasileiros podem não ter chegado a esse ponto, mas já é fácil notar, em São Paulo, que a escolha das louças tem merecido cada vez mais atenção dos profissionais.

Sócio do Tessen, inaugurado em fevereiro deste ano no Itaim Bibi, o empresário Fernando Espíndola passou cerca de um ano pesquisando pratos, tigelinhas e outros utensílios em restaurantes, feiras e mercados do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa.

"Sempre que via um prato interessante, olhava embaixo para conferir a marca e descobrir como importá-la. Já tinha tudo escolhido mesmo antes de assinar contrato com o chef Thiago Maeda", revela Fernando.

Milton Freitas, dono do Jacarandá, em Pinheiros, foi longe atrás de louças. Os pratos com desenhos rupestres, personalizados com o nome do restaurante, foram trazidos da Serra da Capivara, no Piauí.

Produzidas em argila retirada de modo sustentável, sem escavação do solo, as peças são tingidas com o próprio barro, colaborando com a preservação do parque nacional.

"Me encantei tanto pelos produtos e pelo projeto social, que emprega artesãos da região, que fui para lá planejando passar dois dias e acabei ficando dez", conta Milton.

O método para casar comida e louça varia bastante conforme o restaurante. Telma tem por hábito visitar a ceramista Kimi Nii antes de criar um prato. "Temos uma grande sinergia e vou ao ateliê dela para buscar inspiração. Posso ver uma peça e voltar para a minha cozinha com a ideia de uma receita."

Confira esses e outros estabelecimentos em São Paulo onde beleza das louças e boa comida andam de mãos dadas.

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AIZOMÊ
A chef Telma Shiraishi e a ceramista Kimi Nii trabalham em parceria. A inspiração para pratos, como a trilha recheada de camarão, pode surgir dentro do ateliê da artesã.


Kimi Nii: kiminii.com.br
Aizomê: al. Fernão Cardim, 39, Jardim Paulista. Tel. 3251-5157

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BEC
O bar especializado em churrasco e cerveja compôs o enxoval de louças combinando várias linhas coloridas da Porto Brasil Cerâmica.


Porto Brasil Cerâmica: loja.portobrasilceramica.com.br
BEC: r. Pe. Garcia Velho, 72, Pinheiros. Tel. 99660-2161

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COSÌ
A classuda Vista Alegre -em atividade desde 1824 em Portugal e com loja em São Paulo desde 2014- é a fornecedora das louças da casa de Renato Carioni.


Vista Alegre: br.vistaalegre.com
Così: r. Br. de Tatuí, 302, Vila Buarque. Tel. 3826-5088

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EXTÁSIA
Para o seu restaurante inaugurado em dezembro, o chef Flavio Miyamura repetiu a escolha do extinto Miya: as louças foram adquiridas no Studio Neves, ateliê sediado em Portugal.


Studio Neves: studioneves.com
Extásia: r. Diogo Jácome, 361, Vila Nova Conceição. Tel. 3842-0737

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JACARANDÁ
O prato em que é servido o polvo grelhado na brasa com arroz negro, com o nome do restaurante gravado (na foto à esq.), é feito por projeto social no Parque Nacional Serra da Capivara.


Cerâmica Serra da Capivara: ceramicacapivara.com
Jacarandá: r. Alves Guimarães, 153, Pinheiros. Tel. 3083-3003

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JUNJI SAKAMOTO
O chawanmushi, um pudim à base de ovos, chega à mesa na tigelinha de Kimi Nii sobre o prato de Shugo Izumi.


Shugo Izumi Cerâmicas: facebook.com/shugoizumiceramicas
Junji Sakamoto: Shopping Iguatemi - Av. Brig. Faria Lima, 2.232. Tel. 3813-0820

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LÁ DA VENDA
Gisele Gandolfi, do ateliê Muriqui, fez as louças por encomenda da chef Heloisa Bacellar. O prato que serve o afogado tem forma de cabaça: carne ensopada de um lado, farinha do outro.


Atelier Muriqui Cerâmica: muriquiceramica.com.br
Lá da Venda: r. Harmonia, 161, Sumarezinho, Tel. 3037-7702

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LIMA COCINA PERUANA
O sócio da casa, Marco Espinoza, trouxe do Peru as cerâmicas da marca colombiana Corona, vendidas na loja Westwing.


Westwing: westwing.com.br
Lima Cocina: al. Lorena, 1.784, Jardim Paulista. Tel. 3891-2182

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MICI
Estreou em novo endereço com enxoval personalizado. As peças com o logo da casa foram produzidas pela Oficina Terracota e, a partir de outubro, estarão disponíveis para venda.


Oficina Terracota: facebook.com/oficinaterracotaceramicas
MICI: r. Min. Ferreira Alves, 244, Perdizes. Tel. 3871-5294

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SAJ
A casa de comida árabe usa peças da Olaria Paulistana, modeladas pela ceramista Lucia Eid, e da Porto Brasil Cerâmicas.


Olaria: olariapaulistana.com.br
Saj: r. Girassol, 523, Vila Madalena. Tel. 3032-5939

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SURI CEVICHE BAR
Os drinques à base de pisco são servidos em copinhos coloridos da Olaria Paulistana.


Suri Ceviche Bar: r. Mateus Grou, 488, Pinheiros. Tel. 3034-1763

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TESSEN
Além da ceramista Hideko Honma, cuja tigela serve o taco de alga nori (na foto à dir.), o restaurante trabalha com louças da inglesa Churchill e da Rak Porcelain, sediada nos Emirados Árabes.


Hideko Honma: hidekohonma.com.br
Churchill: churchill1795.com
Rak Porcelain: rakporcelain.com
Tessen: r. Joaquim Floriano, 295, Itaim Bibi. Tel. 2386-8203

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