Conferimos o que acontece de madrugada nos shoppings Aricanduva e Center Norte

O que ocorre durante a madrugada nos shoppings de São Paulo?

A revista virou a noite em dois dos principais centros de compras da capital para acompanhar os movimentos nos corredores.

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Aricanduva

No maior centro de compras da América Latina, 120 funcionários começam o expediente às 22h para terminar às 6h. Com um fluxo diário de 150 mil pessoas, dá para imaginar que a faxina da noite seja um momento crucial.

"Durante o dia, fazemos apenas a conservação. Para a noite, fica o trabalho mais pesado", explica Francisco Regula, gerente de operações e segurança. São 40 mil m² de pisos a serem limpos diariamente por 30 faxineiros.

Como em um jogo de batalha naval, o shopping é dividido em (nove) áreas, que se alternam para receber lavagem e polimento. Nas duas praças de alimentação, as cadeiras vão para cima das mesas enquanto o espaço é varrido. A máquina autolavadora pilotável agiliza o serviço, chegando a limpar até 2 km/h.

Todos os reparos de manutenção são feitos durante a madrugada: da troca de uma lâmpada aos bicos dos sprinklers contra incêndio. No momento, o centro de compras está trocando 200 deles, o que demanda drenar toda a rede de água.

O trabalho não se limita à área interna. Para reforçar a pintura do logo que fica na entrada principal, uma plataforma elevatória de 15 m leva dois funcionários até o alto. Holofotes ajudam a iluminar o espaço. A equipe de manutenção repinta faixas de segurança e de sinalização pelo chão do estacionamento, que tem capacidade para 10 mil veículos.

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Center Norte

Depois das 23h, as portas automáticas das entradas e as escadas rolantes são desligadas. Na sequência, ocorre uma vistoria em pontos estratégicos, como banheiros e cinemas, para ter certeza de que ninguém ficou para trás.

É durante a madrugada que as obras são feitas. O guincho das serras, o batido dos martelos e o cheiro de tinta tiram da monotonia os corredores, agora silenciosos. Para não estragar o piso do shopping, são estendidas lonas de plástico, como tapetes.

Uma equipe de brigadistas dos bombeiros também fica de plantão. Eles fiscalizam normas de segurança e checam equipamentos, como hidrantes e desfibriladores. Existe ainda uma função, digamos, curiosa: verificar se, após o fechamento de restaurantes e lojas, o consumo de gás cessou.

Poucos clientes sabem, mas há um outro andar sobre o Center Norte: trata-se do piso técnico. Em vez de lojas, os corredores são tomados por tubulações, hidrômetros, exaustores e aparelhos de ar-condicionado –é o coração do shopping, dizem funcionários. O time de eletricistas que faz reparos à noite trabalha ali, em manutenções preventivas.

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