Amorim Lima é exemplo do ensino sem salas de aula

Vai gente de tudo quanto é lugar conhecer o colégio municipal que virou referência ao derrubar paredes das salas e colocar alunos de diferentes idades juntos para decidir o que aprender.

Pesquisadores e membros de órgãos governamentais nacionais e estrangeiros, professores e diretores do ensino público e privado. Até consultores da Avenues, a escola de Nova York que abriu filial em São Paulo com mensalidade de R$ 8.000, estiveram na Emef Desembargador Amorim Lima, na Vila Gomes, zona oeste.

A diretora, Ana Elisa Siqueira, lembra das marretadas que colocaram as paredes abaixo, em 2003, como se tivessem sido ontem. Sabia que não seria fácil implementar no engessado sistema público as mudanças inspiradas na Escola da Ponte, de Portugal.

Para fortalecer a autonomia, formam-se grupos que escolhem roteiros de estudo com orientação de tutores. Nesses 15 anos, a Amorim Lima ganhou prêmios e virou tema de documentários. Entrou no Mapa da Inovação e Criatividade na Educação Básica, do Ministério da Educação, e na lista de Escolas Transformadoras, da Ashoka, organização de empreendedores sociais de 84 países.

Com doutorado em sociologia e pós-doutorado em educação, Helena Singer participou dos dois levantamentos e vê na educação "uma busca por novos agrupamentos". Ainda que não derrubem paredes, as escolas se inspiram nisso "para criar espaços que reúnam não pela idade, mas por projetos que favoreçam outras trocas".

Para mostrar a Amorim Lima à reportagem, a diretora chamou duas alunas. Elas têm idades diferentes -Marianna da Silva, 14, e Joana Ramos, 12-, mas estão no grupo responsável pela apresentação da escola. Fizeram um ótimo trabalho.

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EMEF DESEMBARGADOR AMORIM LIMA
Fundamental
R. Prof. Vicente Peixoto, 50, Vila Gomes, tel. 3726-8049
Pública

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