Areias claras e mar verde compõem a paisagem do litoral sul da Bahia

"Sorria, você está na Bahia", diz Daniel Santos. O operador de turismo, braços abertos na praia, completa o famoso bordão à moda local: "Sorria dobrado, você está em Prado".

Diante dele, o mar verde da praia de Novo Prado se estende ao longo de uma franja de areia clara. Os tons são os típicos do extremo sul da Bahia, onde estamos.

Mas "Pradim de mel", como os apaixonados moradores se referem à cidade de 28 mil habitantes, ainda é menos famosa e menos visitada do que Trancoso ou Porto Seguro.

O fato de não ter aeroporto próprio conta –o mais próximo é em Teixeira de Freitas, a 82 quilômetros dali. Há somente um voo diário, da Azul, vindo de Belo Horizonte.

De Teixeira de Freitas segue-se de carro por uma estrada de pista simples, ladeada por plantações de eucaliptos –a produção de celulose é forte na região.

A praia de Novo Prado é pacata e tem as ondas mornas típicas do litoral baiano. Mas a grande vantagem é que a cidade serve de base para conhecer outras praias ao norte, ainda mais belas. Pode-se fazer de carro um passeio de reconhecimento e depois escolher a quais voltar, com mais tempo, para aproveitar o sol, o mar e relaxar.

Mais rústicas, as praias do Mirante das Falésias e de Japara Grande oferecem vistas lindas. Na bela Tororão, um quiosque dá apoio aos visitantes.

Com ânimo para vencer uma distância maior, vale conhecer a Barra do Cahy. Ali, uma placa indica, nasceu o Brasil. Em frente à foz do rio Cahy, lançou âncoras a esquadra de Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500. Na praia, há só o restaurante da Glória, que oferece, além de mesas e espreguiçadeiras, uma área de camping para os que quiserem pernoitar.

Na volta, pare para se refazer em Cumuruxatiba. Carinhosamente apelidada de Cumuru, a vila de charme interiorano se estende por 15 km de praias preservadas de areia branca e mar verde, emolduradas por coqueiros e amendoeiras. Em outros trechos de areal, falésias e mata atlântica predominam, além, é claro, do sossego. Na maré baixa, é possível andar por mais de 100 m mar adentro para apreciar os corais.

A estrela dessa costa, contudo, é a Ponta do Corumbau. Na vazante, um longo braço de areia, que pode chegar a alcançar 2 km de extensão, avança sobre o mar. À direita de quem segue por ele, o mar vive calmo. À esquerda, é mais mexido. Em dias de sol, as águas ganham tons esverdeados. Ao sul, uma longa faixa de areia branquinha é ideal para caminhadas. Manguezais e coqueiros completam a paisagem paradisíaca.

Como ali dominavam as fazendas de cacau, há poucas, porém luxuosas, pousadas. Reserve ao menos um dia só para Corumbau, embora o lugar mereça mais tempo.

É preciso sair cedo de Prado –pois a estrada é longa e em boa parte de terra. Fique atento à tábua das marés para aproveitar o espetáculo que é a ponta descoberta.

Na região, está ainda o Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal. A bela formação rochosa se destaca na paisagem; mas, se tiver tempo, uma dica é ir até o parque, que é terra indígena pataxó.

A entrada é gratuita. Paga-se somente pelas trilhas. Por R$ 50 (de uma a seis pessoas, mais R$ 5 para manutenção da associação de guias), é possível chegar ao alto do monte Pascoal, o primeiro pedaço de terra avistado pelos portugueses.

De Prado, pode-se ainda sair para Caravelas e ali tomar o barco para Abrolhos.

Vale a pena o passeio nas ilhotas do primeiro parque marinho do Brasil, lar dos lindos atobás, sua ave-símbolo, e o mergulho em suas águas de um verde-azul transparente, repletas de peixes coloridos.

O calor e a vontade de se demorar no mar convidam a almoços lentos e tardios com pescado fresco em barracas como a da Alda, em Novo Prado, Tempero da Dalva, em Cumuru, e a Nativa, em Corumbau.

Prado, porém, tem muitos restaurantes e se orgulha deles. O destino certo para fechar o dia é, então, o Beco das Garrafas.

O nome designa as quadras que, há alguns anos, por iniciativa de donos de restaurantes locais, foram reservadas aos pedestres, nas imediações da matriz da Purificação. Em termos culinários, o beco está bem servido de invencionices, em especial graças ao festival gastronômico que há 13 anos cria desafios temáticos para os restaurantes, a cada mês de outubro.

Os pratos premiados costumam entrar para os cardápios e fazem a fama das casas -como o "acarajapa", bolinho de salmão frito do Japa do Beco, que relê o acarajé.

O Jubiabá é conhecido pela casquinha de siri e o serviço mais formal; como ele famoso no beco, o Banana da Terra é onde os ingredientes locais são usados de modo mais autoral.

Mas é possível também ficar na tradicional culinária baiana, com uma caldeirada de frutos do mar, lagosta incluída, servida no restaurante Macaxeira.

Os jornalistas viajaram a convite da Pousada Casa de Maria

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QUEM LEVA

Catavendo Tour
A partir de R$ 1.988, inclui sete diárias na pousada Casa de Maria, aéreo e traslado.
Tel. (73) 9941-5042

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Pousada Casa de Maria
A partir de R$ 2.584. Hospedagem de sete diárias, inclui aéreo e traslado.
Tel. (73) 3298-1425

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Azul Viagens
A partir de R$ 3.174. Sete diárias na pousada Casa de Maria, aéreo e traslado inclusos.

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