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Quero que eles não sejam invisíveis à sociedade, diz protetora que dedica vida a animais doentes

Eduardo Knapp/Folhapress
Jane Santos e Fênix, sua mascote
Jane Santos e Fênix, sua mascote

Estender a mão a animais debilitados, que têm poucas chances de uma vida nova, é o caminho que a administradora Jane Carolina dos Santos, 40, escolheu para seguir. "Não é qualquer pessoa que leva um bicho doente para dentro de casa", conta. Ela já cuidou e doou cerca de cem.

Jane foi uma das ativistas que participou da retirada, em 2013, dos beagles do Instituto Royal –a empresa fazia testes científicos em cães. Nessa época, conciliar resgates com trabalho em empresa ficou difícil.

"Minha vida virou de cabeça para baixo", diz. Com o dinheiro da rescisão que recebeu, vaquinhas e o banho e tosa que abriu, adaptou todos os cômodos da casa em que mora para cuidar dos cães doentes.

Além de contar com a ajuda de profissionais, fez um curso de auxiliar veterinário para se tornar uma espécie de "enfermeira" dos pets. E foi em um resgate que realizou há dois anos, já tarde da noite, que conheceu Fênix, sua pitbull. "Ela tinha um tumor enorme na barriga e estava na clínica para a eutanásia. Eu assumi o caso."

Os custos para cuidar de animais em estado deplorável não são poucos: internação, medicação, cirurgias A dívida com a clínica veterinária, explica, já passa dos R$ 90 mil.

"As pessoas ajudam no momento pois ficam comovidas. Mas são tratamentos longos, não conseguimos doar o animal da noite para o dia", diz a protetora, que vive das arrecadações que faz nas redes sociais e do próprio trabalho.

É claro que, em meio ao ônus, há o bônus de dedicar a vida aos bichos –como receber fotos da cachorrinha Anita, que Jane resgatou tomada por 400 carrapatos há um ano e meio. Achou que ela não ia sobreviver. "Mas foi adotada e hoje é uma 'lady'. Saiu do lixo para o luxo."

Seu foco não é resgatar só a saúde, mas também a dignidade do animal. "Minha luta é para que eles não sejam mais invisíveis aos olhos da sociedade."

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JANE CAROLINA DOS SANTOS

  • Mora no Tucuruvi (zona norte)
  • Já resgatou cem cães, a maior parte doentes
  • É tutora de Fênix, pitbull com câncer que seria sacrificada

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