Com plateia de 3 milhões de espectadores, São Paulo ainda oferece espaço para novos teatros

É difícil dar conta da programação teatral de São Paulo. Diversa, não é de hoje que ela ocupa cada vez mais salas, grandes e pequenas, de espaços públicos e privados –ainda que as temporadas estejam menores. Neste ano, ao menos cinco locais foram inaugurados, como o Teatro Novo, na zona sul.

Uma análise realizada entre junho e julho de 2017 pela JLeiva, empresa que há 15 anos divulga aspectos da atividade cultural do Brasil, mostra que a capital paulista tem 3 milhões de espectadores e cerca de 1.400 peças por ano. Os dados, que serão exibidos nesta terça (27), no teatro Eva Herz, apontam que 68% dos entrevistados têm interesse por teatro e 31% assistiram a apresentações nos últimos 12 meses. A pesquisa ouviu 10.630 indivíduos de 12 capitais (3.000 em São Paulo).

Apesar disso, espaços independentes e sedes de grupos seguem enfrentando dificuldades para se manterem abertos, ainda que busquem alternativas à sobrevivência apenas por bilheteria: ter um bar ou um café acoplado e oferecer cursos já são elementos das dinâmicas desses locais.

O Centro Compartilhado de Criação, instalado desde 2015 na Barra Funda, sob coordenação do ator Caco Ciocler e do produtor Ricardo Grasson, fechou as portas em julho por não conseguir mais pagar as contas. O mesmo pode acontecer com o Cemitério de Automóveis : o palco underground do diretor Mário Bortolotto está ameaçado por causa do aumento do preço do aluguel.

"Há uma assimetria entre a iniciativa privada, que cuida de algumas grandes salas, e o poder público e parte dessa iniciativa privada, que não se interessa por espaços alternativos, diz o crítico teatral Welington Andrade, 54, que vê uma cena experimental pujante do ponto de vista quantitativo.

Grande, também, é o número de musicais que devem chegar em 2019, casos de "Billy Elliot", previsto para estrear em março, no Alfa, e "School of Rock", com possível temporada em outubro, no Santander.

A sãopaulo faz um passeio por 48 espaços teatrais. Há novos endereços, tablados clássicos e alternativos, além de atrações para crianças e dicas de paulistanos. Terceiro sinal, cortinas abertas!

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