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23/08/2010 - 10h09

Os sem-galeria

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ADRIANA KÜCHLER
COLUNISTA DA REVISTA sãopaulo

Em terra tão povoada de artistas, quem tem espaço para expor é rei. Por isso, um dos movimentos que mais crescem em São Paulo é o dos sem-galeria. Para garantir uma parede aos mais necessitados, o site Mapa das Artes lança a segunda edição do Salão dos Artistas Sem Galeria.

Paulo Pampolin / Hype/Folhapress
Amanda Mei com a obra "Compartimento de Segurança" (à esq.), Bartolomeo Gelpi com a obra "Pintura Perpendicular" e Bettina Vaz Guimarães com "Sem Título", no espaço Matilha Cultural
Amanda Mei (à esq.), Bartolomeo Gelpi e Bettina Vaz Guimarães com suas obras no espaço Matilha Cultural

As inscrições para o concurso abrem no começo de setembro e os primeiros lugares vão exibir sua arte em duas galerias de SP e uma do Rio. A coluna promoveu um encontro dos vencedores da primeira edição, que mostraram seus trabalhos na Casa da Xiclet e na Matilha Cultural.

Bettina Vaz Guimarães, 48, conta que, quando a Oeste, onde ela exibia seus trabalhos até 2008, fechou, entrou em pânico. Poucos espaços para uma overdose de artistas e só uma pequena parte deles interessada em trabalhos contemporâneos, diz, dificultam a vida e a obra de quem quer uma galeria para chamar de sua.

"A maioria quer artistas consagrados. Tive que correr atrás por minha conta. O mais complicado é a parte comercial. Vender [uma obra] é um saco", diz ela, que depois do prêmio passou a ser representada pela galeria Progetti, no Rio.

Se ganhar grana nessa área é difícil, Bartolomeo Gelpi, 34, diz que se inscreveu no salão para ver se, com a divulgação (antes feita de maneira artística, com a ajuda de amigos, blog e e-mails), começava a ter retorno financeiro com a sua arte. Ele passa o que sabe adiante, e garante o salário do mês, em aulas de educação artística, que chama de emprego, não de trabalho. "Estou educador, mas sou pintor."

Amanda Mei, 30, também teve que se virar com trabalhos "alternativos", mas hoje é representada pela Toulouse Arte Contemporânea, no Rio, e faz residência artística em Paris. "Faço muita instalação com restos, coisas que encontro pela cidade. Fica mais difícil se encaixar no perfil das galerias", cutuca. "Além disso, tem gente muito boa e também muito ruim dentro desses espaços."

NUNCA TE VI, SEMPRE TE FILMEI

A banda nova-iorquina Dead Heart Bloom, chamada pela "Rolling Stone" de "uma combinação de vocal sombrio, drogado, com guitarras contorcidas", lança CD, no fim do mês, com um clipe gravado em SP. Detalhe: ninguém do grupo conhece a cidade.

O paulistano Rodrigo Chevas, que dirige o vídeo com Gabriel Dietrich, conheceu em NY o empresário da banda, um iraniano que trabalhava com o prefeito Michael Bloomberg, e daí surgiu a conexão. O clipe tem locações pop, como a praça Roosevelt, o bar CB e o hotel Cambridge.

SALADA MISTA

Começa a surgir a clássica programação "off Bienal", paralela à Bienal de arte de SP, que rola em setembro. Entre os destaques, a "2+6", em que nomes como o músico Dudu Tsuda, o grafiteiro Zezão e o artista plástico Eduardo Verderame vão misturar suas manifestações artísticas (pintura, escultura, videoinstalação e instalação sonora) na Galeria do Meio, na Vila Madalena. A mostra começa em 11 de setembro.

SE JOGA NO TETRA PAK!

O badalado clube Sirena, em Maresias, reabre no dia 28 depois de uma reforma para se encaixar no conceito da moda: o sustentável. Na nova decoração, estão telhas revestidas por embalagens Tetra Pak e luminárias feitas com garrafas PET. No calendário de atrações da casa, o DJ britânico Mark Knight toca no dia 4, o alemão Tocadisco no dia 5, e o veterano David Morales na Festa do Branco, dia 25/9 --só para convidados.

VISITA SECRETA

Os arquitetos gringos Jason Prior e Stephen Engblom, da Aecom, fizeram a primeira visita a São Paulo depois da assinatura do contrato para a revitalização da região da Nova Luz (onde fica a cracolândia), no centro.

Prior, coordenador do projeto, comandou a remodelagem do Lower Lea Valley, área em Londres que abriga parte das instalações da Olimpíada de 2012. Por aqui, a dupla se reuniu com outros representantes do consórcio. O projeto tem que ser entregue à prefeitura em março de 2011. Até lá, os dois devem visitar a cidade com frequência.

colaborou Natália Zonta

"VENDAM PARA OS RUSSOS!"

O top produtor Mark Ronson, parceiro de Amy Winehouse e Lily Allen, era a atração do festival Creators Project na galeria Baró/Emma Thomas. Mas não chamou atenção pela atuação ou pela simpatia --só pelo look "desfile na Mangueira" (camisa verde, calça rosa, sapato branco) e pelo cabelo platinado a la Marilyn.

"Não comprei nenhum guia turístico, só quero andar por aí", disse Ronson, sobre o que planejava fazer em São Paulo. Contou que ficaria mais cinco dias no Brasil, em várias cidades. Quais? "Não vou te dizer. Não interessa. É a minha folga."

Indagado pela produção do festival sobre o que se poderia fazer com tanta energia e gente bonita reunidas no evento, não titubeou: "Vendam para os russos!"

Ganharam destaque no festival a banda Gang Gang Dance, e sua performance animada, e artistas como Muti Randolph, Ricardo Carioba e Radical Friend.

 

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