Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Acompanhe a sãopaulo no Twitter
27/09/2010 - 09h52

Conheça algumas das 2.000 pessoas que trabalham para concretizar a Bienal

Publicidade

GABRIELA LONGMAN
DE SÃO PAULO

Stela Barbieri, curadora do projeto educativo
Quando tinha 19 anos e era uma estudante recém-chegada do interior, Stela foi monitora da Bienal. "Foi uma experiência transformadora." Hoje, com 44 anos e um vasto currículo como artista, educadora e contadora de histórias, comanda o projeto educativo da 29ª Bienal. Sob sua batuta, uma equipe especializada articulou o contato entre a Bienal e professores de todo o Brasil, elaborou o material didático, criou percursos e visitas guiadas para diferentes faixas etárias e treinou mais de 300 monitores. "Estou mais acostumada a trabalhar com pequenos grupos", diz, referindo-se à experiência como diretora de ação educativa do instituto Tomie Ohtake. "Aqui, o desafio é trabalhar com uma grande quantidade de pessoas, conversando com cada uma." A estimativa é que, do 1 milhão de visitantes esperado para os próximos meses, 400 mil sejam crianças e jovens.

Filipe Redondo/Folhapress
Maria Rita Marinho chegou à Bienal, em 1984, para cobrir férias da secretária do então curador Walter Zanini, e está até hoje
Maria Rita Marinho chegou à Bienal, em 1984, para cobrir férias da secretária do curador Walter Zanini e está até hoje

Maria da Glória do Espírito Santo de Araújo (dona Glorinha), copeira
Ilustres figuras tais como Fernando Henrique Cardoso e Gilberto Gil já provaram de seu café. Mas ela gostou mesmo foi de servir o presidente Lula. "Eu também já fui metalúrgica", diz. Baiana de Nazaré das Farinhas, dona Glorinha entrou na Bienal há 15 anos, encarregada de varrer o pavilhão. "A fábrica da Philco fechou e meu marido era porteiro aqui." Hoje, ela comanda a copa, e nesta época movimentada passa até três quilos de café por dia. "Nem muito forte, nem muito fraco, na medida." Ao 61 anos, dona Glorinha vem todo dia de Guarulhos. O Nuno Ramos? "Toma com adoçante. Dá uma licencinha que eu vou lá levar para ele." O diretor de produção Emilio Kalil, passando ao fundo, observa. "Essa é a pessoa mais importante da Bienal."

Luciana Lehfeld Daher, assessora da diretoria
Engenheira de produção, Luciana sempre gostou de arte. Em viagens ao exterior, faz questão de visitar os museus. "Já levei minha filha para um bate-e-volta a Inhotim", diz, referindo-se ao centro de arte brasileira contemporânea em Brumadinho (MG).
Integrante do Clube Contemporâneo do MAM (grupo de colecionadores e interessados em arte que se reúne periodicamente), Luciana manifestou seu desejo de atuar de algum modo na 29ª Bienal. Foi apresentada ao presidente da fundação, Heitor Martins, e, há alguns meses, trabalha como voluntária auxiliando a direção na organização de eventos para convidados, recepção aos visitantes estrangeiros, entre outras inúmeras tarefas. "É um grande aprendizado."

Pedro Cruz, coordenador de montagem
Entre a chegada das obras e o visual da exposição "pronta", muita coisa acontece. Um dos principais responsáveis pelo processo é Pedro Cruz, coordenador de montagem. Embalar, desembalar, medir, pendurar, puxar e inclinar são verbos que lhe são caros.Pedro começou trabalhando com embalagem de obras de arte. Hoje, é dono de sua própria empresa de montagem. Trabalha com a Bienal desde 1998, mas a responsabilidade foi aumentando: este é seu primeiro ano como coordenador. Nesta edição, gostou especialmente das obras do chinês Ai Weiwei e do brasileiro Rodrigo Andrade. E que obra dá mais trabalho para ser montada? "É tudo mais ou menos a mesma coisa. Depois que a gente pega o jeito..." Às vésperas da inauguração, corre contra o relógio. Depois que a Bienal termina também. "Tenho só 15 dias para desmontar tudo e entregar o prédio."

Maria Rita Marinho, gerente de secretaria
Nascida em Santos, Maria Rita é formada em jornalismo. Em 1984, chegou à Bienal para cobrir por 20 dias as férias da secretária do então curador Walter Zanini. Quando, logo depois, Sheila Leirner assumiu o posto de Zanini, pediu a Rita que ficasse mais um tempo. E lá se vão mais de 25 anos."Sou da época do mimeógrafo", diverte-se. "E do papel-carbono." Ela se lembra, por exemplo, de ver a imagem de um desenho de Frank Stella chegar por fax. "O pessoal pensa que aqui a gente trabalha de dois em dois anos. Nesta época, trabalhamos mais, mas a fundação não para." A movimentação desta edição lhe faz lembrar algumas bienais mais antigas, em especial a 24ª edição (a lendária bienal da antropofagia de Paulo Herkenhoff).

Yumi Watari, assistente de produção
Fazia dois anos que Yumi, 27, trabalhava numa "trade company" japonesa. Em novembro do ano passado, a recém-formada em administração assistia ao programa "Roda-Viva", da TV Cultura, quando ouviu Heitor Martins falando sobre seus projetos para a Bienal. Yumi não entendia muito de arte, não gostava muito de arte, mas por algum motivo lhe ocorreu que seria um lugar interessante para trabalhar. Queria mudar de ares. "Fiz uma viagem de carro pelo Chile com meu pai, e a história não me saía da cabeça. Quando voltei, fui atrás do contato do Heitor Martins." Ela mandou um e-mail se apresentando. A secretária do presidente lhe respondeu, pedindo que viesse logo para uma conversa. "No dia em que eu cheguei, não sabia que estava havendo, justamente naquele período, uma seleção." Yumi foi contratada. Desde 8 de março, é responsável pelo controle orçamentário da Bienal, entre outras atividades. Logo ficou conhecida pela agilidade e, como brincadeira, os colegas colaram um cartaz com sua foto e os dizeres "funcionária do mês".

Mário Rodrigues, gerente de RH e manutenção
Ele manda no prédio, este "grande síndico". Na Bienal desde 1994, Mário conhece cada lâmpada (são cerca de 20 mil), cada cano e cada funcionário. "Depois de 60 anos de existência conseguimos finalmente adaptar o edifício às normas do Contru sem mexer na estrutura do prédio, que é tombado." No dia da entrevista, um furo errado numa divisória do banheiro fez estourar um cano. "Se eu for lá, vou rodar igual o peão da casa própria." Nada, porém, se compara à Bienal de 1998, quando uma chuva de granizo arrebentou o telhado. Mario precisava salvar "Os Girassóis", de Van Gogh, e "O Grito", de Munch. Outra saia justa ele passou em 2008, quando teve que "rolar no chão" com pichadores para tentar impedir a depredação. "O prédio da Bienal não tem culpa do sistema político, financeiro ou cultural."

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página