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12/10/2010 - 13h07

Praça Oswaldo Cruz vai receber doação da artista Maria Bonomi

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NATÁLIA ZONTA
DE SÃO PAULO

No ateliê na região dos Jardins, foi moldada a escultura de alumínio de 2,70 m e 300 kg. De lá, a peça saiu apenas para passar uma temporada em Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer, entre 2007 e 2008.

Jefferson Coppola/Folhapress
Artista plástica nascida na Itália, Maria Bonomi doa obra "Plexus" para a praça Oswaldo Cruz, na avenida Paulista
Artista plástica nascida na Itália, Maria Bonomi doa obra "Plexus" para a praça Oswaldo Cruz, na avenida Paulista

Agora, a obra "Plexus", assinada por Maria Bonomi, 75, está prestes a ganhar um lar definitivo: a praça Oswaldo Cruz, no início da avenida Paulista. Apesar de ter outras peças em áreas públicas, essa é a primeira doação da artista plástica à cidade. Nascida na Itália, ela chegou à capital ainda criança, na década de 1940. "São Paulo me deu muito e essa é uma forma de retribuir", diz.

A escultura será instalada até o fim deste ano, segundo a Secretaria de Estado da Cultura, que a recebeu formalmente no último mês. Um pedestal será construído para fixar a obra. O local foi escolhido pelo próprio governo, mas agradou à artista. Com a chegada da "Plexus", a região da Paulista se torna um "território" de Bonomi.

Feitos sob encomenda, ela tem um painel sem título, de 1976, na fachada do edifício Jorge Rizkallah Jorge, na esquina da avenida com a rua Bela Cintra, e outro chamado "Arrozal de Bengüet" (1979), no hotel Maksoud Plaza, na alameda Campinas. "É ótimo poder estar numa região da cidade que eu amo muito, onde me instalei. Faz parte da minha história", conta a artista.

A escultura não foi feita com a intenção de ficar exposta ao ar livre. No entanto, o significado da obra, para a artista, caiu como uma luva na nova função. "Plexus quer dizer entrelaçamento, um abraço. Simbolicamente é perfeita, porque é ali que se articula e se abraça a cidade", afirma. As formas também combinaram com o jeito da metrópole. "A peça é quase um instrumento, mostra como as coisas aqui são menos orgânicas. A escultura é extremamente paulista", completa.

Os traços de Maria Bonomi já fazem parte da paisagem de São Paulo. Mesmo fora do circuito da Paulista é fácil encontrar as peças da artista. Entre as obras mais grandiosas estão os painéis "A Construção de São Paulo" (1998), na estação do metrô Jardim São Paulo, o "Epopeia Paulistana (2005)", na estação da Luz, e o conjunto "Etnias" (2007), no túnel que liga o terminal Barra Funda ao Memorial da América Latina.

"Fazer arte pública é criar referências. Acredito que a 'Plexus' vai marcar aquela região, eliminar um pouco do caos", afirma.

Colocar uma obra na rua também é correr riscos, e a artista sabe bem disso. Em 2001, a escultura "Anjo", de granito e bronze, instalada na praça Cecília Saldiva, em Pinheiros, foi furtada. "Fiquei muito sentida com o roubo, mas não há o que fazer", diz.

Inspiração

Para se ter uma ideia da grandiosidade da "Plexus", a nova escultura de São Paulo inspirou outras obras de Maria Bonomi. Em seu ateliê, ela exibe orgulhosa o conjunto de 33 peças "Love Layers". "As fissuras da 'Plexus' serviram de molde para elas." As obras de alumínio já foram expostas em Londres, na Inglaterra, mas, segundo a artista, não têm chance de ganhar as ruas da cidade. "Penso que essa será a minha primeira e última doação", diz.

 

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