Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Acompanhe a sãopaulo no Twitter
20/02/2011 - 09h48

Cães agora andam de carrinho

Publicidade

FLAVIA MARTIN
DE SÃO PAULO

Paulo Pampolin/Hype/Folhapress
O bichon frisé Puffy, 6, em carrinho no parque da Aclimação
O bichon frisé Puffy, 6, em carrinho no parque da Aclimação

"Dá um tchauzinho para o amiguinho", sugere uma moça ao bebê sentado no carrinho. Seria uma típica cena no parque da Aclimação (centro paulistano) não fosse o "amiguinho" o bichon frisé Puffy, 6, que também aproveitava o sol matinal em seu próprio carrinho.

Visto em parques, praças e shoppings da cidade, o carrinho de Puffy é fabricado pela Petcar, especializada em produtos para pets, em parceria com a Hercules, tradicional marca de carrinhos de bebê.

Ele vem em três modelos que custam entre R$ 420 e R$ 550 e variam em relação aos acessórios embutidos, aos tecidos usados e ao tamanho do cachorro (dois deles aguentam animais de até 20 kg e outro, os de até 40 kg).

A dona de Puffy, a analista de sistemas Márcia Borba, 48, decidiu comprar o veículo quando o cãozinho começou a ficar arredio para sair de casa. Escondia-se debaixo da cama ao ser chamado para os passeios. Cardíaco, Puffy também estava com uma dor na pata à época e não aguentava ir e voltar andando.

"O pessoal olha muito", diz a empregada doméstica Valquíria Silva, 29, que deixa o cãozinho solto no parque, mas o coloca de volta no carrinho no caminho para casa.

Já Cindy, uma minimaltesa moradora de Santa Cecília, anda no carrinho porque suas patas são muito sensíveis. Quem conta é sua dona, a advogada Gisele Canceller. "Se não estiver no carrinho, ela deita. Não anda."

CARDÍACOS E CIA.

Veterinários ouvidos pela sãopaulo divergem em relação ao uso do carrinho.

Alexandre Pasternak, da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo, já o indicou para cães com problemas ortopédicos, neurológicos ou cardíacos.

O acessório também é útil, segundo Daniella Eboli, veterinária da loja Pet Center Marginal, para que os proprietários que tenham alguma deficiência ou que não consigam levar o animal na coleira nem no colo possam passear com seus bichos.

É o caso da aposentada Maria Antônia Longo, 73, que não aguenta levar no colo Bingo, um yorkshire de quase 5 kg. Em junho, ele faz 13 anos e já não consegue completar longas distâncias. Maria Antônia comprou um carrinho. O de bebê mesmo. "É mais em conta", diz ela, que pagou R$ 100 há um ano e deu a dica para uma vizinha, que aderiu à ideia.

Já Jorge Luiz Kachan, dono de uma clínica veterinária no Brooklin, considera o carrinho um exagero. "O animal acaba não tendo vida de bicho, não vive a sua essência", acredita ele, que já viu o acessório em um shopping da cidade.

Segundo Jorge, animais com doenças de coração têm que fazer exercícios para não ficar obesos. Os principais problemas que podem decorrer do uso exclusivo do carrinho, de acordo com ele, são comportamentais, como ansiedade e TOCs (transtornos obsessivos-compulsivos).

"Cachorro não é bebê. Precisa de uma vida de cão. Senão, vira um bibelô", afirma o veterinário.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página