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De cueca com Ralph Lauren
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ADRIANA KÜCHLER
COLUNISTA DA REVISTA sãopaulo
Allex Ferreira/Folhapress |
George Lois |
Publicitário americano considerado uma das fontes de inspiração da série "Mad Men", George Lois conta suas histórias com gente como Bob Dylan, Andy Warhol e Elizabeth Taylor.
George Lois desdenha de "Mad Men", gosta de dublar Andy Warhol e finge beijos de amor com uma foto de Elizabeth Taylor. Parece bobo? Ele pode. Foi amigo desses e de outros artistas e um dos responsáveis pela revolução na publicidade americana nos anos 1960.
Aos quase 80, George faltou ao basquete, que pratica semanalmente "com caras de 20 e tantos anos", em Nova York, para participar da Semana de Arte da Editora Abril e bater papo com a coluna:
Reprodução |
Bob Dylan |
RALPH LAUREN
"Eu usava ternos de um grande alfaiate, Roland Meledandri. Em 1982, estava no escritório de Ralph Lauren, e ele me olhou estranho. Pensei: "Será que ele é gay?" Então, ele perguntou: 'Você está usando um Meledandri? Nunca vi um! Posso pegar pra mostrar aos meus costureiros como um terno deve ser?' Levou o paletó e a minha calça e me largou de samba-canção."
BOB DYLAN
"Em 1975, li um livro do Rubin 'Hurricane' Carter, lutador que estava preso por matar três pessoas. Ele se dizia inocente e eu acreditei. Formei um comitê e fui falar com o Bob Dylan: 'Você pode ajudar? Pode escrever uma canção?' Logo, ele apareceu com esse grande hit, 'Hurricane'. Organizamos shows e eventos. Carter foi libertado muitos anos depois."
Reprodução |
Andy Warhol na capa da "Esquire" |
"ESQUIRE" e ANDY WARHOL
"Fiz 92 capas que marcaram época na revista 'Esquire'. Minha favorita é a do Andy Warhol. Conheci Andy quando se chamava Andy Warhola. Disse que queria afogá-lo em uma lata de sopa Campbell gigante. 'Adoro! Adoro!' [George imita a voz fina de Warhol], ele falou. 'Mas você vai construir a lata gigante?' E eu: 'Não, idiota. Estamos no século 20. Você fotografa as duas coisas e imprime junto'."
BOB DYLAN --PARTE 2
"Dylan odiava a ideia de fazer clipes e disse que só faria um se eu fosse o diretor. Quando ouvi 'Jokerman', quase tive um ataque cardíaco. Cada verso era bíblico, visual. Fiz um clipe que mostra a história de 5.000 anos de arte. Dylan disse que pensou em imagens parecidas ao compor a letra."
"MAD MEN"
"Nos EUA, me chamam de o 'mad man' [série badalada sobre a publicidade nos anos 1960] original. É revoltante. Criei uma agência criativa em Nova York e iniciamos uma revolução. Eu era um 'rock star'. O produtor da série me ligou porque queria entrevistar os 'mad men' originais. Mas ele nunca tinha ouvido falar de mim! O programa é sobre esses homens sem talento, que bebem o dia inteiro, tentando comer suas secretárias. Naquela época, a gente produzia muito. E, além disso, eu era bem mais bonito que o Don Draper."
Reprodução |
Elizabeth Taylor na capa da "Esquire" |
ELIZABETH TAYLOR
"Fiz uma capa da 'Esquire' com Elizabeth Taylor em 1964, época em que ela não falava com ninguém. Liz já tinha casado várias vezes. E a imprensa era cruel. Liguei e, depois de ela me contar umas piadas sujas, falei: 'Quero fazer uma capa em que as pessoas achem que você vai mostrar o seu novo amor e, quando o leitor virar a página, verá a sua filha'. Sabia que era uma boa mãe e ia topar. Ninguém acreditou."
"I WANT MY MTV"
"Em 1982, a MTV existia sem transmitir pra ninguém. E me pediu uma campanha. Tive a ideia de convencer um artista a gravar um comercial incentivando as pessoas a ligarem para as TVs a cabo e pedirem: 'I want my MTV' [Eu quero a minha MTV]. Liguei para o Mick Jagger em Londres, fiz a proposta e ele topou. Em seis meses, a MTV estava em 95% do país. Todos queriam participar. Uma cantora de nome italiano me ligou pedindo para gravar o comercial: era Madonna."
Reprodução |
Salvador Dalí: comercial para a companhia aérea Braniff |
SALVADOR DALÍ
"Convidei Salvador Dalí para participar de um comercial para a companhia aérea Braniff. Ele tinha que falar um texto em inglês. Expliquei pra mulher dele, ela traduziu tudo. Ele então escreveu uma frase absurda num quadro, que era como o texto parecia foneticamente pra ele. A gravação foi ótima, mas tenho certeza de que ele não tinha a mínima noção do que estava falando."
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