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03/04/2011 - 09h00

De cueca com Ralph Lauren

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ADRIANA KÜCHLER
COLUNISTA DA REVISTA sãopaulo

Allex Ferreira/Folhapress
George Lois
George Lois

Publicitário americano considerado uma das fontes de inspiração da série "Mad Men", George Lois conta suas histórias com gente como Bob Dylan, Andy Warhol e Elizabeth Taylor.

George Lois desdenha de "Mad Men", gosta de dublar Andy Warhol e finge beijos de amor com uma foto de Elizabeth Taylor. Parece bobo? Ele pode. Foi amigo desses e de outros artistas e um dos responsáveis pela revolução na publicidade americana nos anos 1960.

Aos quase 80, George faltou ao basquete, que pratica semanalmente "com caras de 20 e tantos anos", em Nova York, para participar da Semana de Arte da Editora Abril e bater papo com a coluna:

Reprodução
Bob Dylan
Bob Dylan

RALPH LAUREN
"Eu usava ternos de um grande alfaiate, Roland Meledandri. Em 1982, estava no escritório de Ralph Lauren, e ele me olhou estranho. Pensei: "Será que ele é gay?" Então, ele perguntou: 'Você está usando um Meledandri? Nunca vi um! Posso pegar pra mostrar aos meus costureiros como um terno deve ser?' Levou o paletó e a minha calça e me largou de samba-canção."

BOB DYLAN
"Em 1975, li um livro do Rubin 'Hurricane' Carter, lutador que estava preso por matar três pessoas. Ele se dizia inocente e eu acreditei. Formei um comitê e fui falar com o Bob Dylan: 'Você pode ajudar? Pode escrever uma canção?' Logo, ele apareceu com esse grande hit, 'Hurricane'. Organizamos shows e eventos. Carter foi libertado muitos anos depois."

Reprodução
Andy Warhol na capa da "Esquire"
Andy Warhol na capa da "Esquire"

"ESQUIRE" e ANDY WARHOL
"Fiz 92 capas que marcaram época na revista 'Esquire'. Minha favorita é a do Andy Warhol. Conheci Andy quando se chamava Andy Warhola. Disse que queria afogá-lo em uma lata de sopa Campbell gigante. 'Adoro! Adoro!' [George imita a voz fina de Warhol], ele falou. 'Mas você vai construir a lata gigante?' E eu: 'Não, idiota. Estamos no século 20. Você fotografa as duas coisas e imprime junto'."

BOB DYLAN --PARTE 2
"Dylan odiava a ideia de fazer clipes e disse que só faria um se eu fosse o diretor. Quando ouvi 'Jokerman', quase tive um ataque cardíaco. Cada verso era bíblico, visual. Fiz um clipe que mostra a história de 5.000 anos de arte. Dylan disse que pensou em imagens parecidas ao compor a letra."

"MAD MEN"
"Nos EUA, me chamam de o 'mad man' [série badalada sobre a publicidade nos anos 1960] original. É revoltante. Criei uma agência criativa em Nova York e iniciamos uma revolução. Eu era um 'rock star'. O produtor da série me ligou porque queria entrevistar os 'mad men' originais. Mas ele nunca tinha ouvido falar de mim! O programa é sobre esses homens sem talento, que bebem o dia inteiro, tentando comer suas secretárias. Naquela época, a gente produzia muito. E, além disso, eu era bem mais bonito que o Don Draper."

Reprodução
Elizabeth Taylor na capa da "Esquire"
Elizabeth Taylor na capa da "Esquire"

ELIZABETH TAYLOR
"Fiz uma capa da 'Esquire' com Elizabeth Taylor em 1964, época em que ela não falava com ninguém. Liz já tinha casado várias vezes. E a imprensa era cruel. Liguei e, depois de ela me contar umas piadas sujas, falei: 'Quero fazer uma capa em que as pessoas achem que você vai mostrar o seu novo amor e, quando o leitor virar a página, verá a sua filha'. Sabia que era uma boa mãe e ia topar. Ninguém acreditou."

"I WANT MY MTV"
"Em 1982, a MTV existia sem transmitir pra ninguém. E me pediu uma campanha. Tive a ideia de convencer um artista a gravar um comercial incentivando as pessoas a ligarem para as TVs a cabo e pedirem: 'I want my MTV' [Eu quero a minha MTV]. Liguei para o Mick Jagger em Londres, fiz a proposta e ele topou. Em seis meses, a MTV estava em 95% do país. Todos queriam participar. Uma cantora de nome italiano me ligou pedindo para gravar o comercial: era Madonna."

Reprodução
Salvador Dalí: comercial para a companhia aérea Braniff
Salvador Dalí: comercial para a companhia aérea Braniff

SALVADOR DALÍ
"Convidei Salvador Dalí para participar de um comercial para a companhia aérea Braniff. Ele tinha que falar um texto em inglês. Expliquei pra mulher dele, ela traduziu tudo. Ele então escreveu uma frase absurda num quadro, que era como o texto parecia foneticamente pra ele. A gravação foi ótima, mas tenho certeza de que ele não tinha a mínima noção do que estava falando."

 

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