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Gerente de restaurante coleciona fotos ao lado de celebridades
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MALU TOLEDO
DE SÃO PAULO
Quando alguma celebridade chega ao restaurante Walter Mancini, no centro de São Paulo, o gerente Geraldo Fialho Brum, 56, já fica de olho. Desde 1991, quando começou a trabalhar como garçom na cantina Famiglia Mancini, do outro lado da rua, ele tem o hábito de tirar fotos com pessoas famosas que visitam o local.
A atriz Mayara Magri foi a primeira a ser clicada ao lado de Brum, como é chamado. Ele não parou mais.
Entre idas e vindas aos restaurantes da rede, na rua Avanhandava, Brum encheu um álbum com mais de cem celebridades, do escritor Leonardo Boff ao cantor Sidney Magal.
O mais inesquecível foi Dias Gomes, em 1999. A foto ao seu lado foi tirada menos de meia hora antes de o dramaturgo sofrer um acidente fatal de carro. "Na época, meus colegas tiraram sarro, me chamavam de pé-frio. Mas eu não ligo", diz ele.
A tática de abordagem é pedir a foto na saída, mas não para qualquer um. Durante o atendimento, na ronda que faz de mesa em mesa para perguntar se está tudo bem, o gerente já observa se o cliente famoso está disposto a posar ao seu lado. Se a pessoa for simpática e der papo, ele arrisca.
Brum diz não se lembrar de ter um pedido negado. Diplomático, não revela com quem se recusaria a posar, mas afirma que prefere evitar políticos, com exceção de Lula, com quem ainda espera ser clicado um dia. Ele conta que já o encontrou, quando trabalhava na área VIP do aeroporto de Cumbica, em 1997, mas lá não podia fotografar.
Já a cantina dos Mancini é território livre para tietagem, como mostram as paredes repletas de imagens de famosos que visitaram o local.
"Nunca soube que ele tinha muitas fotos. Acho bonito saber que um ator abraça um funcionário e tira uma fotografia com ele", diz o dono, Walter Macini.
Quando começou a trabalhar, nos anos 1970, Brum foi incentivado por um amigo que já era garçom. "Ele disse: 'É muito bom. Você consegue conversar até com o presidente da República sem pedir permissão.'"
Desde jovem, quando trabalhava em Leopoldina (MG), ele já gostava de ter contato com artistas. Naquela época, conheceu o grupo Os Trapalhões, que passava pelo interior. Mas não tem foto para recordar.
Mesmo hoje, nem sempre dá para guardar a imagem de um encontro. O ator Antonio Fagundes, por exemplo, visitou o restaurante outro dia. Foi uma simpatia, mas Brum perdeu o momento. "Às vezes, está muito cheio e não dá tempo", diz o gerente, que agora investe em um álbum virtual aberto aos amigos. Alguns o chamam de "metido". Mas ele nem liga.
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