Happy hour da Vila Madalena atrai boleiros e literatos

Os bares São Cristovão e Mercearia São Pedro empatam como melhor happy hour da cidade na eleição de O Melhor de sãopaulo.

Engana-se quem pensa que o São Cristovão só atrai boleiros. No fim de tarde, os casais mal ligam para o Pelé dando um soco no ar na foto que decora a parede, muito menos para os uniformes esmaecidos que dão um tom saudosista ao local.

No ambiente apertadinho e disputado, há quem nunca pisou num campo de futebol. Há também o fanático que sabe escalar de cor o time do Juventus de 1930.

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Happy hour da Vila Madalena atrai boleiros e literatos

	Maria do Carmo/Folhapress
	Os clientes fão a forra com o suculento file Oswaldo Aranha, o mais pedido do concorrido São Cristovão

Dividem espaço no cardápio o suculento filé Oswaldo Aranha (com farofa, arroz e batata portuguesa) e uma réplica da camisa do Santos de 1962, à venda na lojinha dos fundos.

Entre um chope e outro, somos vigiados por craques do passado, retratados num mural de imagens e recortes de jornal. Para torcer com os amigos e levar a namorada junto.

Sem sair da Vila Madalena, vale estender a happy hour rumo ao boteco mais cabeça e despojado da cidade, a Mercearia São Pedro. Aqui, o assunto é outro, sai Jairzinho, e entra o escritor Bukowski (1920-1994).

Na rua Rodésia desde 1968, tornou-se reduto de literatos e estudantes. Imagine um sebo que vende cerveja. É assim que ele se apresenta. Vale falar alto, juntar mesa, declamar poesias e abraçar o garçom.