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19/09/2011 - 17h35

Galeria muda de quarteirão e reproduz prédio de Paulo Mendes da Rocha

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NATÁLIA ZONTA
DE SÃO PAULO

Qualquer semelhança não é mera coincidência. A menos de dois quarteirões de distância, a mesma fachada, os mesmos materiais e o mesmo projeto assinado pelo premiado arquiteto Paulo Mendes da Rocha poderão ser vistos em duas construções distintas.

Rogerio Canella/Folhapress
Novo prédio da galeria Leme, no Butantã, região oeste, replica projeto original do premiado arquiteto Paulo Mendes da Rocha
Novo prédio da galeria Leme, no Butantã, região oeste, replica projeto original do premiado arquiteto Paulo Mendes da Rocha

Replicado em um terreno na avenida Valdemar Ferreira, no Butantã (região oeste), o prédio que hoje abriga a galeria Leme, na rua Agostinho Cantu, será demolido até o fim do ano para dar espaço a um edifício de escritórios. Para não perder a identidade -e não se desfazer de um espaço que adora--, Eduardo Leme, proprietário do local, decidiu reproduzir as instalações no novo endereço.

A mudança é resultado de uma longa negociação. Desde 2010, a Odebrecht tentava comprar a área de Eduardo. Após muitas conversas, os envolvidos chegaram a um acordo. Assim, a empresa comprou um terreno na região e agora constrói a galeria do jeitinho que ela é hoje.

"Não tivemos a ideia de usar o mesmo projeto imediatamente, mas, depois de conversar com os arquitetos, vi que nenhuma outra possibilidade me agradava. Sou muito tradicional nesse sentido", conta Eduardo.

A única modificação é a construção de um anexo, um cubo de concreto armado, que funcionará como reserva técnica. "Quando abri a galeria, não imaginava que precisaria de mais espaço, mas agora é necessário", diz o proprietário.

O novo local vai dar mais visibilidade ao projeto: hoje, a galeria tem dois vizinhos e apenas uma fachada é visível. O prédio substituto vai ocupar uma esquina e toda a sua lateral --um paredão de concreto-- ficará à mostra. O anexo, que será ligado à galeria por uma passarela, também vai ajudar a mudar a paisagem da região.

"Metade da construção já está pronta e, até o fim do ano, deve ser inaugurada. A coexistência dos dois prédios vai depender da logística da mudança", explica Gustavo Cedroni, do escritório de arquitetura Metro, que tem parceria com Paulo Mendes da Rocha. Atualmente, é possível ver as fachadas da nova estutura. Por isso, quem passa pela região já avista dois imóveis iguais.

O processo de mudança da galeria Leme é acompanhado por artistas do espaço e, provavelmente, o material produzido no período será transformado em uma exposição.
Entre os convidados, estão Rogério Canella, fotógrafo da sãopaulo, José Carlos Martinat, Sandra Gamarra e David Batchelor.

A galeria

Foi inaugurada em 2004 com a intenção de mostrar experimentos de arte contemporânea. O prédio tem 420 m2 e 9 m de pé-direito.

Hoje, representa artistas brasileiros e internacionais, com ênfase em América Latina, que trabalham em vários tipos de mídia, de pintura a vídeos.

Alguns artistas representados pela galeria são David Batchelor, Elaine Tedesco, Felipe Cama, JR Duran, Frank Thiel, Nina Pandolfo e Sandra Gamarra.

Antes de mudar de endereço, o espaço recebe, até 12 de novembro, a mostra da dupla dinamarquesa AVPD.

 

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