A revolução será bailada

Selo tenta quebrar preconceito com música latino-americana e aproximar artistas brasileiros e "hermanos"

Filho de espanhol, Rodrigo Maceira é o cara por trás do "Si No Puedo Bailar, No Es Mi Revolución" (sinopuedobailar.com). O projeto, que quer integrar a cultura independente de SP à cena latino-americana, já gerou discos e shows e ainda prepara um livro de ilustrações.

	Christian von Ameln/Folhapress
	Rodrigo Maceira, criador do selo 'Si No Puedo Bailar, No Es Mi Revolución', que aproxima brasileiros e latinos

Por que explorar a cena latina?
Há uns cinco anos, fui estudar na Espanha e me dei conta de que "as novidades" não surgiriam da Europa, teriam que vir da América Latina. Quando voltei, comecei o "Si no Puedo", com a proposta de ser um canal de contato entre artistas atuais da América Latina, e produzi a primeira coletânea de bandas.

Como descobriu os grupos?
Era 2007, o auge do MySpace, que tornava fácil achar qualquer banda. Procurava por país. Da Argentina e do Chile, surgia muita coisa boa; da Bolívia e de Cuba, era mais complicado. Depois, fizemos shows e ganhamos muitos adeptos.

Como quebrar o preconceito dos brasileiros com a música latina?
Antes, havia muito mais resistência porque as pessoas só conheciam os sons mais clichês, como tango. Muita gente descobre no nosso blog que esses países têm músicas diferentes, interessantes. Os shows que fazemos no Sesc lotam. A América Latina tá ficando na moda.

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ALGUNS PRODUTOS 'SI NO PUEDO BAILAR'

OUÇA O LIVRO
Um dos álbuns lançados pelo selo é uma trilha sonora "multinacional" para o livro peruano "Um Mundo para Julius"

"ENCUENTROS"
O selo faz shows de bandas locais e latinas, como o encontro do Cérebro Eletrônico com os argentinos Animales Superforros

COVERS LATINOS
A coletânea de covers latinos de Adriana Calcanhotto teve 500 vinis distribuídos de graça. Pela internet, foram 60 mil downloads

AMÉRICA ILUSTRADA
O selo investe agora num livro, em que ilustradores vão desenhar alguém que conheceram na quarta série e nunca mais viram

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PERU DE FESTA
Conhecida por suas boates e "moças de vida fácil", a rua Aurora esconde o Rinconcito Peruano, restaurante autêntico e frequentado pela comunidade daquele país, bem pertinho do Cine Áurea, que se orgulha de ter "a maior tela dos cines pornô".

Pratos típicos, como ceviche e lomo saltado, chegam em porções gigantes e custam até R$ 20. A TV fica no canal TL Novelas, focado em folhetins mexicanos, como "Yo Amo a Juan Querendón". Tradicional refrigerante amarelo com gosto delícia de chiclete, a Inca Kola está em falta. Resta encher a cara de chicha morada, um suco de milho roxo.

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MAFALDA FC
Novo centro cultural, a Casa Mafalda abriu há um mês na Lapa. Sede de um time de futebol de punks e anarquistas, o Autônomos FC, o local promove shows e festas como a Gaddafieira (com debate sobre a crise no mundo árabe seguida de discotecagem) e seminários como "Para Além do Fora Teixeira".

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VACA ATOLADA
Para montar a obra do inglês Damien Hirst em que uma vaca fica num tanque de formol, vários homens trabalharam quatro noites com máscaras especiais no pavilhão da Bienal. Como o formol é tóxico, a vaca só podia ser montada à noite, com a Bienal vazia. A obra está na mostra "Em Nome dos Artistas", que abre na sexta.

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as listas místicas de CLAUDINEY PRIETO

São Paulo recebe em outubro a 2ª Mystic Fair Brasil, maior feira esotérica do país. O criador do evento aponta os lugares com energia "mais carregada" e os com energia "mais elevada"

"carregados"

1 - EDIFÍCIO JOELMA
O fogo destruiu o prédio, no centro, e a imagem de pessoas se atirando para fugir das chamas virou um estigma. Dizem que vultos, barulhos e aparições são frequentes no local, e muitos afirmam ter feito contato com espíritos.

2 - CASTELINHO DA RUA APA
Uma história de glamour e sangue abalou a aristocracia de SP em 1937. Três membros de uma abastada família foram encontrados mortos ali em circunstâncias misteriosas. Pessoas dizem ouvir, ver coisas e passar mal no local, em Santa Cecília.

3 - CAPELA DOS AFLITOS
Há quem diga que o nome da igreja, na Liberdade, teria origem no fato de escravos terem sido enforcados no local. Naquela região, foi construído o primeiro cemitério da cidade. Daí a suspeita de que almas vagariam pelas ruas à noite.

"elevados"

1 - TEMPLO ZU LAI, EM COTIA
A pouco mais de 30 km da capital, o maior templo budista da América Latina atrai centenas de pessoas em busca de autoconhecimento ou apenas de momentos de paz e equilíbrio.

2 - SOLO SAGRADO DE GUARAPIRANGA
Após a Segunda Guerra, o mestre japonês Mokiti Okada iniciou a construção do que chamou de protótipos de paraísos terrestres, os "solos sagrados". No Brasil, esse lugar fica na represa de Guarapiranga. Belos jardins, um templo ecumênico e trilhas na mata são um convite à contemplação.

3 - ESPAÇO OUVILLAS, NO PARQUE VILLA-LOBOS
É dedicado ao relaxamento e conta com 15 caixas de som e dez espreguiçadeiras para os visitantes poderem aproveitar o repertório do maestro Villa-Lobos.

(COLABOROU MARÍLIA MIRAGAIA)