O Banco do Nordeste disponibilizará R$ 14,5 bilhões neste ano para financiar projetos de infraestrutura de origem privada ou pública.
O montante representa aproximadamente 50% do total de R$ 30 bilhões do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste). O programa, com recursos do governo federal, investe em projetos de diversos segmentos, de agricultura familiar a grandes empresas.
Segundo Romildo Rolim, presidente da instituição, as linhas de crédito para investimentos em infraestrutura são meios de impulsionar o desenvolvimento da região.
“São projetos estruturantes que dão sustentabilidade para a economia do Nordeste.”
Os recursos vão financiar diversas frentes de infraestrutura, como instalação de parques de energia eólica, rodovias e aeroportos.
No Piauí, parte dos recursos do programa será usada em parcerias público-privadas. Os investimentos irão para transporte público, tratamento sanitário e comunicação, segundo o governador Wellington Dias (PT), que participou do seminário Futuro do Nordeste, na quinta-feira (22), em Fortaleza.
AEROPORTOS
As obras de ampliação e modernização do Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, serão financiadas pelo Banco do Nordeste, com até 80% do total estimado para o empreendimento, de acordo com Rolim.
O contrato com a Fraport, companhia alemã responsável pela administração do aeroporto, deverá ser assinado em cerca de 90 dias.
“Fortaleza está em uma posição estratégia. A obra irá incentivar o turismo na região, tanto de brasileiros indo para fora, como de estrangeiros visitando o Brasil”, afirmou.
TRANSNORDESTINA
A conclusão da ferrovia Transnordestina é considerada pelos palestrantes uma obra prioritária para alavancar a infraestrutura logística do Nordeste. Com mais de 1.700 quilômetros, a linha férrea projeta ligar Eliseu Martins (PI) aos portos de Fortaleza (CE) e Suape (PB).
“Seria o maior impacto em logística, mais do que o alargamento do Canal do Panamá”, afirmou Rebeca Oliveira, diretora de desenvolvimento comercial do porto de Pecém, durante o seminário.
Segundo ela, a região terá navios que chegarão a Cingapura, na Ásia, em 29 dias, contra os 60 dias que levam hoje.
“Os exportadores de frutas poderão competir de igual para igual, porque não vão precisar levar por avião”, disse.
A obra da ferrovia está atrasada, com apenas 600 quilômetros construídos, e paralisada desde janeiro de 2017. Não há previsão para a retomada. O governo federal já investiu R$ 6 bilhões, e estima-se que mais R$ 7 bilhões serão necessários.
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