O que é que Lula, Anitta, Marcos Pontes e Lázaro Ramos têm em comum

Eles fizeram cursos técnicos no início de suas vidas profissionais

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Ana Elisa Faria
São Paulo

Os cursos técnicos tiveram papel importante no início da vida profissional de boa parte dos brasileiros. Muita gente ilustre passou por esse tipo de experiência formativa na juventude, como o ex-presidente Lula, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, a cantora Anitta e o ator Lázaro Ramos.

Aos 14 anos, Lula foi admitido no curso de torneiro mecânico do Senai, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. “Depois do Senai, eu senti a diferença do que é um trabalhador com profissão procurar emprego, e um trabalhador sem profissão”, declarou em 2004, durante a cerimônia de abertura da Olimpíada do Conhecimento, em Belo Horizonte.

Após atravessar essa porta de entrada para o mercado de trabalho, alguns, anos depois, mudam totalmente de trajeto, enquanto outros vão se aperfeiçoando e seguem na área escolhida.

Esse foi o caso de Marcos Pontes, o ministro astronauta. Antes de cursar engenharia aeronáutica no Ita (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e colaborar com a Nasa, agência espacial norte-americana, frequentou o ensino técnico de nível médio em elétrica e eletrônica.

À primeira vista, a formação técnica da cantora Anitta em gestão administrativa numa Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica) do Rio de Janeiro pode parecer não ter nada a ver com sua carreira. Ledo engano.

A artista “poderosa, milionária” (como diz a letra de sua música) emprega o que aprendeu quando era apenas Larissa de Macedo Machado para administrar sua trajetória artística, cuidar do dinheiro e dos investimentos que faz.

Por anos, Anitta foi a sua própria empresária. Ela quis assim porque, como explicou, as pessoas costumam subestimar a capacidade para gerir negócios de garotas jovens que cantam, dançam e sensualizam.

Já Lázaro Ramos, na juventude, começou a trilhar uma carreira que nada tem a ver com seu trabalho atual (e multifacetado) na televisão, no teatro, no cinema e na literatura.

Seguindo a vontade do pai, foi estudar no Colégio Anísio Teixeira, instituição pública e de educação profissional em Salvador. O curso? Patologia clínica. Conforme o ator, diretor e escritor narra em seu livro de memórias, “Na Minha Pele”, (2017), o plano do pai para o futuro do filho era “bem mais pé no chão” do que a interpretação.

“Ele acreditava que o melhor para mim seria cursar o ensino médio em uma escola técnica. Depois, poderia procurar trabalho no polo petroquímico de Camaçari. Se esse caminho tinha dado certo com ele décadas antes, minhas chances pareciam ainda maiores”. Para ajudar nas despesas de casa, Lázaro chegou a trabalhar como técnico.

“Acordava às cinco da manhã, fazia um trajeto de uma hora e meia de ônibus e trabalhava das sete às cinco da tarde. Passava o dia coletando urina, sangue e fezes.” No caso dele, a paixão pelas artes se impôs, e a patologia clínica entrou para a história.

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