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SUS reformula sistema de dados para saber tudo sobre quem foi imunizado

Software foi atualizado para campanha contra a Covid-19 e permite localizar pessoas vacinadas

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Duque de Caxias (RJ)

O Ministério da Saúde sabe não apenas quantas pessoas foram vacinadas, mas quem elas são. Desta forma, é possível promover ações para convencer a população a se imunizar.

Neste ano, o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) foi reformulado para que pudesse atender às campanhas contra a Covid-19.

Agora, o enfermeiro pode consultar se a pessoa já tomou a vacina e preencher, depois da aplicação, dados como o laboratório do imunizante utilizado, o lote, a dose e o profissional que a aplicou.

Essas informações, coletadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), são repassadas para as secretarias de saúde e podem, então, ser acessadas pelos veículos de comunicação. Todos os profissionais que atuam na imunização e os gestores das unidades de saúde têm acesso ao SI-PNI.

Já o cidadão pode acessar a plataforma ConecteSUS (conectesus-paciente.saude.gov.br), na qual pode visualizar as características do imunizante que tomou e gerar um certificado de vacinação.

O SI-PNI foi criado em 2010, mas demorou a ser usado em larga escala porque muitas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) não eram informatizadas. Antes, o Ministério da Saúde recebia somente registros da quantidade de imunizantes aplicados. Esses dados eram contabilizados por município, unidade básica, estado e regional da secretaria estadual de saúde.

No software mais recente, o profissional de saúde que aplicar a dose preenche no computador o CPF ou o CNS (Cartão Nacional de Saúde) do vacinado. Para isso, a pessoa não precisa ter usado o SUS —os documentos de todos os cidadãos brasileiros estão cadastrados no SI-PNI, com algumas exceções, como moradores de rua. Para esses raros casos, é possível, também, fazer o CNS pela mesma ferramenta.

“O SI-PNI é um sistema nacional. Se a pessoa tomar a vacina em Minas Gerais, eu consigo saber aqui no Rio, através do CPF”, afirma Milena Ferreira de Araujo, 33, enfermeira de uma clínica da família na capital fluminense.

Assim, além de conter o nome dos usuários, o sistema permite identificar informações que podem ser importantes para criar ações e quantificar a adesão às campanhas.

Antes, não era possível saber se uma cidade com alta taxa de imunização tinha algum bairro com déficit de pessoas vacinadas ou se tinha atendido moradores de outros municípios. O último caso é mais comum do que se imagina. No PNI, a taxa de imunizantes aplicados fora do município varia entre 11% e 25%.

Na campanha contra a Covid-19, a porcentagem fica em 15%, com uma média de deslocamento dos brasileiros de 252 km para tomar a vacina, segundo a Fiocruz.

Depois da atualização do sistema do SUS, há um panorama mais real das áreas cobertas, porque ele indica os lugares onde os vacinados vivem.

Além disso, para quem perde a carteirinha de vacinação, a ferramenta dá acesso a um histórico com todos os imunizantes que a pessoa já tomou.

O SI-PNI incorporou softwares antigos, como a AIU (Apuração dos Imunobiológicos Utilizados), que gerenciava as doses usadas, e o SI-Crie (Sistema de Informações dos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais), que administrava as solicitações de imunobiológicos especiais —vacinas de alto custo destinadas para a população imunodeprimida.

Com o registro por nome e todas essas ferramentas funcionando em um só ambiente digital, o Ministério da Saúde pode, por exemplo, gerar dados sobre toda a população, incluindo grupos quilombolas, indígenas e presidiários.

Estados e municípios podem desenvolver programas próprios para cadastrarem seus dados e depois repassarem para o SI-PNI.

No estado de São Paulo, por exemplo, os registros ficam a cargo de cada cidade e, na capital, existe um sistema próprio, chamado Siga Saúde.

Segundo nota da prefeitura, todas as salas de vacina do município contam com o sistema Siga, que está disponível em 486 UBSs, 17 SAEs (Serviços de Atenção Especializada) e três centros-escolas.

Devido à pandemia de coronavírus, o estado tem enviado, a partir dos registros nominais, mensagens via SMS e email para lembrar os paulistas de tomar a segunda dose. São Paulo tem, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 6.000 salas de vacinação espalhadas por 645 municípios.

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