Negócio sustentável depende de empresa e consumidor

Segundo especialistas, responsabilidade de boas práticas é compartilhada por ambos atores da cadeia de consumo

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São Paulo

Os consumidores estão exigentes no que diz respeito às boas práticas de empresas. Hoje, não é apenas o produto em si que interessa, mas toda a cadeia que o trouxe até as prateleiras —ou, em tempos de pandemia, até o carrinho de compras de um site.

Um estudo do Mercado Livre mostrou que a oferta de produtos sustentáveis no Brasil cresceu 198% entre 2017 e 2020 e, entre junho de 2019 e maio de 2020, 1,4 milhão de brasileiros comprou produtos dessa categoria na plataforma.

Mas se o consumidor sabe exigir, ele não pode se ausentar da responsabilidade, avalia Luiz Carlos de Macedo, especialista em Gestão de Sustentabilidade pela FGV-Eaesp que participou do segundo painel do seminário sobre varejo.

Dentro dessa lógica de compartilhamento de responsabilidade, 40 mil restaurantes da plataforma de entregas iFood têm uma ferramenta na qual o usuário pode optar por receber, ou não, talheres descartáveis e guardanapos embalados em plástico.

Segundo André Borges, líder de Sustentabilidade, Saúde, Bem-Estar e Benefícios da empresa, nos estabelecimentos que têm essa solução, 90% dos clientes optaram por não receber esses itens em casa.

Grandes nomes do varejo como a Americanas e a Magazine Luíza firmaram compromissos ambientais como reciclagem de equipamentos usados e investimentos em frota de veículos limpos. O iFood assumiu dois compromissos ambiciosos: ser uma empresa carbono neutro, com 50% das entregas feitas em modais não poluentes, e zerar a poluição plástica até 2025.

A empresa desenvolve projetos como pontos de entrega voluntária de resíduos. “A pessoa ganha um voucher iFood, vai acumulando pontos. Estamos testando modelos para ver qual funciona melhor” diz. O projeto está presente em cidades como Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo, ,as a meta é alcançar cem pontos até o fim de 2021.


Veja, abaixo, a transmissão do debate


Há um ano no mercado, a empresa Global Embalagens fabrica potes biodegradáveis de papel para sorvete e açaí, impressos com tinta atóxica e sem corantes. “A inicial era fazer uma embalagem bonita, e me aprofundando no tema da sustentabilidade, entendi a gravidade”, diz Carlos Henrique Siqueira, diretor da companhia. Mesmo se as embalagens forem descartados incorretamente, explica Siqueira, em cerca de quatro meses o material vai se decompor.

Com o isolamento da pandemia, e pessoas ainda mais conectadas, o consumo compulsivo também aparece como uma forma de suprir a ansiedade, avalia Charbelle Bourmaroun, fundadora do brechó e da loja virutais Vim de Verde.

Bourmaroun também vê o boom do ecommerce como uma oportunidade para empresas pensarem em como oferecer uma forma de consumir mais consciente. “Por que comprar de uma loja grande quando você pode ajudar microempreendedores que estão se reinventando na pandemia? É uma forma de nos introduzir nesse meio.”

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