Descrição de chapéu Voluntariado na Educação

Site une iniciativas que precisam de ajuda e quem está disposto a colaborar

Plataforma Atados tem 3.440 ONGs, movimentos e coletivos cadastrados e 200 mil interessados em contribuir

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Duque de Caxias (RJ)

A plataforma Atados surgiu, em 2012, com a ideia de conectar projetos sociais que precisam de ajuda e pessoas dispostas a doar seu tempo em prol de uma causa. Hoje, quase dez anos depois, já são 3.440 ONGs, movimentos e coletivos cadastrados —e 200 mil interessados em contribuir com essas iniciativas.

Um dos coletivos cadastrados é o ResistEnem, curso pré-vestibular gratuito e digital que tem como público-alvo alunos de baixa renda. Todas as atividades são feitas pelo WhatsApp, aplicativo pelo qual são enviados PDFs com exercícios e gabaritos comentados.

Isabella Gregório, voluntária na ONG ResistEnem 
Isabella Gregório, voluntária na ONG ResistEnem  - Mathilde Missioneiro/Folhapress

É por lá, também, que os professores, todos voluntários, se organizam para preparar os materiais e trocar informações.Esse é o caso da estudante de engenharia Isabella Almeida Gregório dos Santos, 20, que faz parte do plantão de dúvidas. Toda sexta, ela ajuda os alunos com temas de redação propostos, por meio de bate-papos via chat.

Foi Isabella que buscou o projeto com a intenção de retribuir a ajuda que recebeu de amigos e familiares na época que se preparava para o vestibular. "Nós não recebemos, mas doamos parte do nosso tempo àquelas pessoas, porque um dia outros nos ajudaram", diz.

Para buscar algum projeto no Atados, basta entrar no site (atados.com.br). É possível usar filtros que classificam as iniciativas por distância, causas e habilidades. Uma pessoa que esteja interessada em trabalhar com esportes, por exemplo, pode selecionar essa opção.

Segundo Marina Frota, diretora do Atados, educação tem sido uma das áreas mais procuradas. Das 3.857 vagas que foram publicadas na plataforma neste ano, cerca de 42% envolviam o tema.

Para Noranathan da Costa Guimarães, cofundadora e coordenadora geral do ResistEnem, a plataforma torna o processo de admissão dos colaboradores mais prático. Embora os voluntários do coletivo também possam se candidatar mediante o preenchimento de um formulário, o Atados tem sido a principal porta de entrada.

No Rio de Janeiro, o jornalista João Luis Silva Junior, 37, encontrou pela plataforma uma vaga como voluntário para fazer textos para as redes sociais, o site e a newsletter do Favela Brass.

O projeto, que oferece educação musical a jovens de favelas e escolas públicas da capital fluminense, foi criado pelo trompetista britânico Tom Ashe, em 2014. "Por eu ser estrangeiro, ter os textos do João faz toda a diferença. Ele faz um trabalho fantástico", diz Tom.

João Luis conta que, embora a sede do Favela Brass fique no Pereirão, comunidade a cinco minutos do Largo do Machado, bairro onde mora, ele nunca tinha ouvido falar da escola de música."Você acaba não tendo noção de que pessoas que moram no morro ao lado do seu bairro estão fazendo coisas incríveis", afirma.

Foi também graças ao voluntariado que um curso de idiomas que tem refugiados como professores tomou forma no Rio de Janeiro. A iniciativa surgiu em São Paulo, em 2015, um ano depois da Copa do Mundo dos Refugiados, quando os fundadores do Abraço Cultural, nome do projeto, perceberam a necessidade de inserir pessoas em situação de refúgio no mercado de trabalho.

Anos depois, Carolina de Oliveira Vieira, 33, educadora, leu sobre a iniciativa e decidiu levá-la ao Rio, junto a Tatiana Lucas Rodrigues, 32. Para isso, teve ajuda de Daniel Assunção, um dos fundadores do Atados.

No começo, Carolina conta que as duas faziam aquilo de forma voluntária, mas depois decidiram se dedicar exclusivamente ao Abraço Cultural. Hoje, ela é a coordenadora pedagógica da unidade do Rio, e Tatiana, a coordenadora administrativa

O curso na capital fluminense tem em média 500 alunos por semestre e conta com duas sedes, uma na Tijuca e outra no Largo do Machado. Agora, por conta da pandemia, as aulas têm sido feitas de forma remota.

Segundo Carolina, a entidade oferece, na plataforma do Atados, vagas para atividades pontuais, como fotografar um evento ou diagramar algum material.

A mediação e divulgação online feitas pelo Atados é gratuita. Como fonte de renda, a organização oferece serviços para empresas, como organizar ações pontuais de voluntariado.

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