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Serafina

Casamento com plebeias desafiam títulos de nobreza

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O segredo sobre princesas e príncipes encantados está guardado nas linhas de um destino construído. Os olhos atentos tentam desvendar o mistério procurando pistas em cada detalhe: vestido, bolos e aneis, no entanto, têm pouco a revelar.

Dentro de alguns dias, o príncipe William, do Reino Unido, se casará com a plebeia Kate Middleton, numa das cerimônias reais mais comentadas de todos os tempos. Multidões acompanham a história da garota classe média que, diante de câmeras e de milhões de pessoas, se transformará em princesa.

Para os príncipes de nascença, desses que já vêm ao mundo na fila de sucessão de um trono, as plebeias são mesmo tentadoras.

Casar-se com uma delas é um desafio contra os títulos de nobreza e uma confirmação de seu poder. Aquela que sai do povo para entrar no castelo via casamento real é a prova da ligação de atração e repulsa entre súditos e monarquia.

Ela se transforma em princesa, fato, mas, ao mesmo tempo, algo mais extraordinário acontece. Na troca dos votos, a moça transforma o príncipe no simples marido de uma plebeia. Nada mais excitante para um herdeiro criado entre códigos rígidos e cerimoniais esnobes.

A ordem e o sentido do encantamento, vejam só, têm das suas sutilezas.

Mas os príncipes não nascem só em castelos. As mais espertas iriam mais longe e diriam que os de sangue oficial foram forjados a partir dos anônimos, são imagens congeladas daqueles nobres rapazes que, sem muralhas visíveis, circulam por ruas vulgares e se apertam em ônibus e engarrafamentos.

Para esses o processo é mais parecido com o dos contos de fada. Parecido, mas não idêntico. O enredo de uma fábula do tipo príncipe encontra princesa deveria ser assim: Um rapaz correto no proceder e detentor da beleza do bom-caráter vive por aí, sofrendo nas mãos de bruxas calculistas e neuróticas variadas. Uma moça conhecedora de seus desejos e violenta defensora de sua ética, segue firme e forte na luta entre ogros, machões meia-bomba e covardes estragados pela psicanálise fajuta.

De repente, os dois se acham aí pelas quebradas da vida. Não há nada de especial neles, mas há algo que os une: a sensação de partilhar aquele mínimo indizível que nos faz diferenciar o certo do errado sem ter de recorrer a teses e leis escritas. Em suas fantasias sobrepostas, ele faz dela uma princesa, e ela faz dele um príncipe, títulos que talvez só usem na intensidade do calor entre paredes.

Nos ossos e acima dos títulos, vibra uma causa em comum. Em nome da causa o amor crescerá. Talvez eles precisem se separar pelo bem da causa, mas ainda assim, estarão juntos. A causa fala quando o homem e uma mulher juntam os braços para construir a realidade de uma ideia eterna.

Esse é o passe de mágica ou, como preferem alguns, o salto de fé: o verdadeiro segredo do encantamento está num encontro de mãos.

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