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Serafina

Coreano-brasilero lança quarto livro e inspira garotas a tatuar seus títulos

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Apesar de publicitário por formação e escritor por profissão, Nick Farewell tem se especializado em uma terceira função: a de inspirador de tatuagens. Desde que lançou seu primeiro livro, "Go" (vá, em inglês), em 2007, tem visto leitoras com o nome da obra tatuado na pele.

Não se trata de amigas dando uma força à carreira do rapaz. São adolescentes que se identificaram com a história do rapaz mergulhado em bares de rock alternativo de São Paulo, às voltas com solidão, crise existencial e amores não resolvidos.

O caso é que "Go" foi escolhido pelo MEC para as bibliotecas de colégios públicos, o que fez com que ficasse popular até em Manaus, onde foi lido por Ariel Maiara, 20, por exemplo.

Candice Japiassu
A 'tatu' de Sabrina Franci, feita com autorização de sua mãe
A 'tatu' do livro "Go", primeira obra de Nick Farewell, que Sabrina Franci fez com autorização de sua mãe

"Li no ensino médio e agora, na faculdade de pedagogia, reli. Continuou fazendo sentido para mim. Carrega uma mensagem muito legal de ir atrás do que se quer. Por isso, tatuei", diz ela, que marcou o tornozelo com o título da obra há três meses.

"Até hoje, não sei o que sinto quando vejo uma tatuagem dessas", diz Nick. "Fico lisonjeado, é claro. Mas sempre digo para não fazerem de jeito nenhum."

Recentemente, uma garota apareceu em sua página no Facebook dizendo que queria tatuar "Go" no peito, pois o livro tinha preenchido o buraco que havia ali. "Você está louca?", esbravejou Nick. Ela mudou de ideia e vai tatuar o pulso.

Já a mineira Sabrina Franci, de Paraisópolis, tinha 15 anos quando se encantou com "Go". Por ser menor de idade, pediu autorização à mãe para tatuar. "Ela tem confiança em mim e sabe que eu sei o que quero", garante a menina. Ela também se incumbiu de divulgar o livro por toda a estudantada de sua cidade. "Nunca mais ficou na biblioteca, está com lista de espera", diverte-se.

Nick se surpreendeu com a ida do livro às escolas e diz que não escreveu pensando nesse público. "Eu fiz para meus amigos. Mas acho que os adolescentes se identificam com a melancolia e as dúvidas do personagem. É nessa idade que essas questões, pesam mais, né?", diz o escritor de 41 anos, que lança agora seu quarto livro.

Chama-se "Uma Vida Imaginária", após "Mr. Blues & Lady Jazz" (2011) e "Manual de Sobrevivência para Suicidas" (2010), todos pela editora Devir.

ADEUS

Nascido na Coreia do Sul, Nick chegou ao Brasil com 14 anos e se chamava Gyu Suk Lee. Aprendeu português jogando bola de tarde com colegas da escola pública na Aclimação. "Você vai viver como brasileiro", disse-lhe o pai, ex-funcionário público e alpinista na Coreia.

Gyu concordou. Adotou o nome ocidental Nicolas. Após dois anos cursando engenharia mecânica na Poli, desistiu e foi fazer publicidade na ECA.

Em 1995, uma tragédia: sua amiga da Poli Renata Cristina Francisco Alves, com quem havia tido um breve caso, foi assassinada com seis tiros, no laboratório de mecatrônica da faculdade, por um colega obcecado ""que se matou em seguida.

Dois anos antes, ao mudar de curso, Nick havia lhe dado a trilha do filme "Sintonia de Amor", de que ela gostava, com o recado "farewell, far e well" (adeus, longe e bem, em inglês). Devastado, assumiu o sobrenome ao virar escritor, anos depois. E assim vai Nick Farewell.

Candice Japiassu
Nick Farewell, autor coreano-brasileiro que inspira garotas a tatuar títulos de suas obras
Nick Farewell, autor coreano-brasileiro que inspira garotas a tatuar títulos de suas obras
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