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Serafina

Estreante na ficção, Gustavo Moura filmou com Marina Person em casa

Deco Cury/Folhapress
São Paulo, SP. 30.10.2016 - Foto do cineasta Gustavo Rosa de Moura em seu apartamento para revista Serafina - Serafina - Foto: Deco Cury ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Foto do cineasta Gustavo Rosa em seu apartamento
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Gustavo Rosa de Moura, 40, está angustiado. E deseja que você sinta o mesmo, pelo menos ao assistir a "Canção da Volta", seu primeiro longa ficcional.

O filme, exibido na 40ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, estreia dia 3 de novembro.

"Sofro pra car..." Timidez, medo? Talvez, mas, "na real, eu não gosto é de mandar aquele e-mail convidando as pessoas, fazer social".

Sorte que sua mulher é "animada, chama todo mundo". Marina Person, 47, cineasta, apresentadora de TV e atriz, também estreia em "Canção da Volta", como protagonista de um longa de ficção.

Os dois estão juntos há oito anos, são sócios da Mira Filmes, produtora audiovisual que Moura abriu em 2011, e já foram parceiros outras vezes.

Na trama, Marina vive Julia, uma depressiva que tenta o suicídio e está em crise com a família -o marido, Eduardo (João Miguel) e os dois filhos.

Tudo é contado do ponto de vista de Eduardo, o narrador machadiano de Moura. O filme inteiro se passa com ele querendo encontrar soluções para controlar e entender a própria vida, sem conseguir. É o tal desconforto que ele ficará feliz em provocar em você.

"Quero que o espectador sinta a angústia da opacidade, do querer ver e não conseguir, do querer entender." O argumento quer discutir o que Moura chama de "atual falsa sensação de onisciência. Câmeras, celulares". Isso tudo, diz ele, "gera uma ilusão de controle. Pior, causa ansiedade. É como se, ao não saber de tudo, a pessoa fosse infeliz".

MENINO DE SÃO PAULO

Moura é paulistano, filho de professores de português. O irmão edita livros.

Formou-se arquiteto na USP, arrumou estágio, começou a namorar a chefe e foi parar com ela no Rio de Janeiro, que só conheceu já adulto.

"Porque quando eu era pequeno, meu pai tomou um tiro no peito num assalto em Copacabana e nunca mais levou a gente pra lá." No Rio, trabalhou com expografia (o ofício de pensar em como peças de arte são expostas) e, "mais de metido" e "porque sempre gostei de artes plásticas", envolveu-se com produção audiovisual.

De 2000 a 2008, divorciou-se da arquitetura para ficar com o cinema.

Teve uma filha, Lina, hoje com 10 anos. Fez vídeos experimentais, lançou "Cildo" (2008), documentário sobre o artista plástico Cildo Meireles, que o "influencia em tudo o que faz", separou-se, conheceu Marina e se apaixonou "pelo conjunto da obra".

Mudou-se com ela para Higienópolis, num apartamento "patrimonialmente dela e emocionalmente nosso".

A morada foi escolhida para ser cenário de "Canção da Volta". "A casa é personagem. Quando escrevo, gosto de visualizar os lugares. É ela que faz o filme ainda mais climático."

É na sala do apartamento-cenário que ele conta que, "só nessa hora, eu queria ser aquele diretor famoso, sabe? Botar o filme no mundo e ficar no meu cantinho."

No caso, o refúgio seria o sítio da família em Barra do Una, no litoral paulista, para onde vai sempre que quer ser mais mato que cidade. Para onde vai assim que toda angústia passar, enquanto a fama não vem.

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