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Serafina

Rogério Fasano pretende abrir hotéis e restaurantes no nordeste e nos EUA

Pablo Saborido
Fasano
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Sob calor de 34ºC em uma segunda-feira de manhã, dois amigos jogam tênis no Clube Paulistano, nos Jardins.

Com 61 anos, o mais velho pouco se movimenta na quadra, mas a precisão de seus saques e rebotes leva o mais novo, de 54 anos, à exaustão.

"Gero, ali, porra!" Levando um ponto atrás do outro, o mais jovem se enfurece quando uma bola sua para na rede.

Rogério Fasano perde por 6 games a 1 para seu professor de tênis, o ex-jogador profissional Júlio Góes. Após uma hora, chega ao fim o treino semanal de Gero, seu apelido, que dá nome a restaurantes em São Paulo, Rio e Brasília.

Enquanto seca o rosto coberto de suor, Fasano comenta tênis tomado pelo mesmo entusiasmo com que discorre sobre gastronomia e hotelaria.
A diferença é que, nesses últimos campos, as vitórias têm sido mais frequentes.

O paulistano conduz uma organização formada por 14 restaurantes, dois bares e quatro hotéis com 1.400 funcionários, espalhados por cinco cidades.

A esses números, acrescente-se outro: três. Nos últimos anos, o empresário precisou colocar três stents, para reabrir artérias, procedimento que ele atribui a fases agudas de estresse.

Mas os sustos não o fizeram sossegar. Neste momento, prepara uma expansão como jamais se viu no grupo. Serão cinco hotéis a serem inaugurados em um intervalo de apenas três anos.

O primeiro abre em Angra dos Reis (RJ), no final deste ano. Em 2018, o grupo chega a Belo Horizonte e a Salvador.

Não perca a conta: em 2019, serão inauguradas as unidades de Trancoso, no litoral sul da Bahia, e de Miami, nos EUA.

O desembarque na Flórida será sua segunda incursão internacional. Em dezembro de 2016, Fasano reativou o hotel em Punta del Leste, no Uruguai.

Mas como levar adiante as inaugurações em meio à recessão do país?

"Vivo com frio na barriga", admite. "Mas são projetos que nasceram anos atrás e esperamos que o Brasil retome o crescimento em 2018."

DNA NO OLHAR

Fasano acrescenta que boa parte dos empreendimentos são erguidos com parceiros, que se incumbem do investimento. Ao grupo dele, cabem a operação do negócio no dia-a-dia e, claro, a marca.

Além de aspectos como a decoração e o cardápio, Fasano associa o DNA do grupo à atemporalidade. Diz rejeitar modismos nos restaurantes e hotéis. É também a esse "olhar" que condiciona a escolha dos funcionários. "Sem minha equipe, não sou nada."

Fasano odeia longas reuniões no trabalho. Corrige os erros com a equipe em ação. Em geral, distribui orientações com gentileza, mas, às vezes, o "sangue quente" de herança italiana ferve.

Em 1982, quando abriu seu primeiro restaurante, o Jardin Gastronomique, no shopping Eldorado, ele viu o chef francês enfiar a mão do maître em uma panela com água quente. Deu-lhe um empurrão e, em seguida, a carta de demissão.

A inexperiência na estreia como restauranteur, aos 19 anos, o levou ao fracasso. Em seguida, veio a linhagem dos restaurantes italianos com seu sobrenome. Primeiro, na rua Amaury; depois, na Haddock Lobo; e agora na rua Vittorio Fasano, que leva o nome de um italiano de Milão, o bisavô de Rogério.

Vittorio, aliás, é o nome do seu filho caçula, de 11 anos, do atual casamento com a decoradora Ana Joma. É pai também de Anna, 26, do primeiro casamento, com a jornalista Kiki Romero.

NOVA YORK

A briga de Fasano com o chef não se compara, em voltagem emocional, com o que ocorreu 21 anos depois.

No dia 6 de setembro de 2003, a instalação do letreiro "Fasano" na fachada do primeiro hotel do grupo, em São Paulo, levou o empresário e o arquiteto Isay Weinfeld, autor do projeto, a uma crise de choro que se estendeu por três horas. O projeto acalentado por dez anos estava, enfim, de pé.

Dez dias depois, um amigo seu Andrea Carta, editor da revista "Vogue", morreu de modo trágico. Após beber muito, o jornalista de 44 anos subiu no parapeito do apartamento do amigo, desequilibrou-se e caiu. "Foi o dia mais triste da minha vida", recorda-se o empresário.

O choque, entretanto, não o impediu de trabalhar um dia depois. E pelos meses e anos seguintes.

Agora, aos 55 anos, ele espera chegar a Nova York, com hotel e restaurante.

"Em 2008, batemos na trave. Nosso parceiro nos EUA se ferrou com a crise imobiliária e tivemos que desistir", conta. "Nova York é o grande sonho."

O jornalista NAIEF HADDAD viajou a Punta del Leste, no Uruguai, a convite do grupo Fasano

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