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Serafina

Estrela de novo 'Alien', Michael Fassbender diz mentir em entrevistas

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Qualquer um se sente um alien na presença de Michael Fassbender. O ator de 40 anos não é especialmente grande. Não tem a beleza de um Brad Pitt. Tem o rosto cansado e barba por fazer. Veste roupas que qualquer mortal de Los Angeles poderia ter: uma jaqueta de camurça, camiseta branca de tecido quase transparente e jeans. Mas há um elã ao redor dele -e não é só o cartaz com um alienígena preto de cocoruto oval.

Fassbender está ali para falar sobre "Covenant", a continuação de "Prometheus", de 2012, que conta a história que precede o clássico "Alien", de 1979. Só é possível dizer que ele é o único ator que se repete de um filme para outro, sem inferir num spoiler monstruoso.

Gareth Cattermole/Getty Images
Michael Fassbender
Michael Fassbender

No novo longa, que estreia no Brasil em 11/5, ele interpreta não um, mas dois andróides: David, um modelo anterior que já apareceu, e Walter, uma versão dois ponto zero da máquina com um rostinho humano.
Pergunto se é difícil interpretar outro robô, que ele afirmou ser um exercício de contenção de emoções na época do primeiro filme. Silêncio. Tensão se instaura na sala. "Eu não disse isso." Disse. "Ah, talvez então eu tenha mentido", e ri. Ele próprio admite que às vezes inventa respostas para burlar o tédio da maratona de entrevistas com a imprensa. "Ou para proteger o que eu penso mesmo." E recorre com frequência aos fatos alternativos? "Não muito. As pessoas mentem o tempo todo."

Ele promete, entretanto, que não blefa quando diz que foi um prazer trabalhar 14 horas por dia com o diretor Ridley Scott, de quem acabou amigo. "Fiquei bem nervoso de ser dirigido por ele na primeira vez, mas hoje rimos muito." O bromance alimenta até revistas de fofoca. "É estranho ver fotos nossas publicadas em tabloides quando saímos para jantar. Mas, fazer o quê?"

Não foi só o elenco que mudou muito nos sete anos que separam um Alien do outro. A posição que Fassbender ocupa em Hollywood também. De uma promessa cult, ele passou a um dos atores mais rentáveis do mercado -por mais que ainda não tenha amealhado um Oscar, para que foi indicado duas vezes, por "12 Anos de Escravidão" e "Steve Jobs".

"Antes eu era um dos atores jovens. E acho que agora eles me veem como alguém que chegou lá."

Pergunto o que é preciso para o tal "chegar lá". "Sorte", responde ele, passando as mãozorras pelo rosto. "Eu tive sorte e prometi a mim mesmo que seria grato por estar trabalhando com isso. Ainda mais nesse nível, nunca achei que chegaria até aqui."

'VOU LÁ E FAÇO'

Além do sorriso do acaso, ele também é grato aos diretores que o escalaram, depois de ter sido recusado por várias escolas de atuação no Reino Unido. E agora tenta reproduzir esse auxilio para talentos que encontra pelo caminho.

Uma das novatas para quem ele deu incentivo já se elevou ao mesmo patamar. "Quando Lupita [Nyong'o] chegou para fazer a cena em que é chicoteada, em '12 Anos de Escravidão', foi um momento 'uau'. Eu sabia que ela seria uma coisa grande. Dito e feito."

Como um ator que despontou como promessa de papéis sérios consegue balancear filmes de prestígio, como "Shame" e "Hunger", para o qual perdeu 20 e poucos quilos, com outros que parecem feitos para ordenhar o dinheiro do público, como "X-Men" e a franquia "Alien"? "Eu vou lá e faço. Como eles serão interpretados não passa por mim."

Ele mesmo afirma consumir filmes de aventura em mesma medida de produções independentes. "Atuar em um filme profundo e em um filme de ação é igual. Só muda a quantidade de tempo e de dinheiro." Enquanto alguns dos projetos cabeça eram gravados no ritmo de 20 páginas de roteiro por dia, as megaproduções levavam quatro semanas para o mesmo número de cenas. "É aprender a lidar com os tempos diferentes."

E com fuso-horários diferentes. Ele, que nasceu na Alemanha, mora em Londres e está nos EUA só para divulgar o filme. "Morar aqui não é para mim", diz.

No dia da entrevista, o presidente Donald Trump havia pronunciado a palavra "alien" algumas vezes, para justificar o decreto que vetava a entrada nos EUA de cidadãos de sete países de maioria muçulmana. "Eu não acredito em fronteiras, não gosto disso." Para ele, o mundo ideal não teria passaportes. E todos poderiam viver em três ou quatro países ao mesmo tempo. "É, acho que nesse sentido sou um pouco alien."

O jornalista viajou a convite da Fox Films.

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Trailer oficial de "Alien: Covenant" legendado em português.

Trailer oficial de "Alien: Covenant" legendado em português.

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