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Serafina

'Nunca votei, detesto política', diz Benito di Paula

Paulo Fehlauer
Benito Di Paula no hotel Renaissance São Paulo.
Benito Di Paula no hotel Renaissance, em São Paulo.
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Aos 76 anos, o sambista Benito di Paula tem shows marcados em todo o Brasil (veja em www.benitodipaula.com.br) para a turnê de seu último disco, "A Felicidade É Nossa", lançado no ano passado. Bem-humorado, conversou com a Serafina fumando e bebendo expressos, sempre com dois sachês de açúcar.

Há cinco meses, o senhor desautorizou um deputado que parodiou uma canção sua após o veto de uma denúncia contra Temer. Não fica feliz de sua música ser lembrada? Nessa situação não. Parece que estou apoiando uma coisa que não quero apoiar. Eu não dou autorização. É uma música para minha mãe.

O senhor costuma votar? Não, eu nunca votei. Votar para quê? Detesto política, sou anarquista, no bom sentido.

Seu primeiro disco é de 1971. O senhor teve algum problema com censura? Tive censura na música "Proteção às Borboletas" que pediram para eu mudar "não quero ser expulsado desse meu chão" e eu coloquei "exportado". No frigir dos ovos é a mesma coisa. Outra que eu fiz para o Geraldo Vandré, eu gravei tirando o nome dele. Chama "Tributo a um Rei Esquecido". Todo mundo achou que era para o Garrincha. Mas ela foi feita para o Vandré.

"Charlie Brown" é sua canção mais conhecida. Como surgiu? Fui morar em Santos, em uma pensão, em 1962. E a família dona da pensão era de italianos e tinha muita criança. Eles recebiam revistas da Itália e eu pedi para traduzir um gibi para mim que contava a história do Charlie Brown, do Snoopy. Eu fiz essa música convidando esse menino Charlie Brown para vir
conhecer o Brasil, conhecer São Paulo, a terra da garoa, o Rio de Janeiro, a Bahia de Caetano Veloso, conhecer Luís Gonzaga, o rei do Baião, convidando para ele vir, entendeu? Essa música me levou a vender 50
milhões discos no mundo.

Envelhecer: você recomenda ou não é nada bom? Seria um saco você não morrer, né? Ficar novo para sempre... Chega uma idade que você já fez o check in, a passagem está comprada, o avião está na pista esperando, tá tudo certo, o que que eu vou falar, bicho? Eu tocava na zona, eu fiz tudo que você pode imaginar, menos aquilo que você não pode imaginar.

O senhor é homem de família? Tive três filhos e nove mulheres. Estou aguardando a décima. Sou um cara muito chegado à família, então eu não sou de pegar mulher, nunca cantei uma mulher; são elas que me cantam. Talvez pela música, pelo piano, pela minha beleza é que não é. Te garanto.

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