Desde que as marcas começaram a dar nomes engraçados para as tonalidades de esmalte, o processo criativo do marketing, segundo as empresas, ficou mais animado e a comunicação com as clientes melhorou. Afinal, é mais fácil contar para as amigas que pintou as unhas de "Abafa o Caso" do que tentar explicar que vermelho escolheu.
"É fundamental para o pós-venda. A cliente escolhe pela cor, mas é o nome que ela conta para as amigas e publica nas redes sociais", diz Vivian Silvério Barbosa, gerente de produto da Mundial Impala.
A marca tem no catálogo 150 cores, com nomes tão criativos quanto os das operações da Polícia Federal -caso de "As Inimigas Choram" ou "Isso é Poder".
"É preciso estar atento ao que acontece, buscar inspiração na cultura pop e nas mídias sociais", diz Barbosa.
Com o sucesso dos esmaltes, a Vult, que tem mais de 60 cores, vai batizar também as linhas de maquiagem. "É mais fácil para se comunicar com o consumidor", diz Cibeli Leli, diretora de pesquisa e desenvolvimento da marca. Por outro lado, segundo ela, é preciso cuidado para evitar nomes difíceis de pronunciar.
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Vivian Silvério Barbosa, gerente de produto da Mundial Impala |
Antes identificadas por códigos, tintas de decoração também ganharam nomes. Desde 2004, a Coral batiza suas tonalidades. O off-white chama-se "Vestido de Noiva", o marrom, "Biscoito de Amêndoa" e o vermelho, "Amor".
"Virou ponto de decisão. Se o cliente se identificar e a cor estiver dentro da família que ele procura, é aquela que vai levar", diz Priscila Perez, do colour marketing da AkzoNobel, dona da Coral.
A tarefa pode ser divertida, mas não é simples. Na AkzoNobel, o processo leva até seis meses e envolve toda a equipe de colour marketing.
"Tem de transmitir a sensação que a cor passa e dar prazer em falar. É comum consumidores dizendo que têm 'amor' em sua casa para se referir à tinta que escolheram."