A demanda por profissionais que saibam analisar dados abriu as portas do marketing para quem tem formação fora da área de comunicação, como analistas de sistemas, estatísticos, economistas e cientistas sociais.
É o caso de Bruno Silva, 25, formado em análise de sistemas. Ele começou a carreira trabalhando com segurança de bancos de dados, mas hoje cria estratégias de negócios para empresas.
"O desafio maior ao mudar de área é enxergar que não são apenas números, mas potenciais oportunidades para o cliente", diz.
A coordenadora do curso de MBA em marketing digital da FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista), Regina Cantele, concorda. Segundo ela, apenas com conhecimentos de ciências sociais, antropologia e psicologia é possível fazer uma análise satisfatória de dados e identificar padrões de comportamento e de compra do público-alvo.
"Dizemos aos jovens que eles devem escolher uma profissão, mas nem sempre isso é simples. A formação abrangente permite que ele decida isso mais adiante", afirma Marcelo Pontes, da área de Marketing, Pesquisa e Economia da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).
Isso acaba se refletindo no mercado de trabalho. Pedro Reiss, um dos presidentes da agência de publicidade F.biz, diz que há profissionais na empresa que trabalham com métricas e são sociólogos. "Há espaço para formações variadas e para aplicar esses conhecimentos em uma carreira mais criativa", afirma.
Além da formação, o inglês é fundamental para a área, principalmente na hora de fazer cursos. O especialista em tecnologia da F.biz Nicholas Almeida, 36, por exemplo, se atualiza com cursos a distância da universidade norte-americana Stanford, disponibilizados na plataforma Coursera.