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Inquietação leva a alto desempenho, diz 'coach' de Rafaela Silva

Fabio Braga/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 18-08-2016: Marcelo Ghelfi, tem um apartamento há 24 anos e quer vende-lo. Como nao estava conseguindo muitos interessados, resolveu reforma-lo. Pintou todas as paredes, trocou o piso, fez manutencao de torneiras, retirou moveis velhos etc. Reformas que ajudam a valorizar o imovel para venda ou aluguel. (Foto: Fabio Braga/Folhapress, SOBRETUDO)***ESPECIAL***.
SAO PAULO, SP, BRASIL, 18-08-2016: Marcelo Ghelfi, tem um apartamento há 24 anos e quer vende-lo. Como nao estava conseguindo muitos interessados, resolveu reforma-lo. Pintou todas as paredes, trocou o piso, fez manutencao de torneiras, retirou moveis velhos etc. Reformas que ajudam a valorizar o imovel para venda ou aluguel. (Foto: Fabio Braga/Folhapress, SOBRETUDO)*ESPECIAL*.

Para chegar ao pódio, resiliência, disciplina, dedicação e trabalho em equipe são essenciais, mostram os atletas.

"Essas competências também garantem boa performance no setor empresarial, e ajudam o profissional a lidar com frustrações e a se manter motivado", afirma Fernando Mantovani, diretor da recrutadora Robert Half.

Karime Xavier / Folhapress
SÃO PAULO / SÃO PAULO / BRASIL - 24 /04/13 -11 :00h - Retrato de Pedro Chiamulera que foi atleta olímpico e faliu a primeira empresa que teve. Agora, é CEO da ClearSale? líder em autenticação de compras online, com 75% de market share.. ( Foto: Karime Xavier / Folhapress).MERCADO
O empresário Pedro Chiamulera, 52, que disputou as Olimpíadas de Barcelona (1992) e Atlanta (1996)

Pedro Chiamulera, 52, presidente da empresa ClearSale, sabe disso. Depois de uma carreira no atletismo, nas modalidades de 400 m e 110 m com barreiras, que incluiu participações nas Olimpíadas de Barcelona (1992) e de Atlanta (1996), ele fez a transição para o mundo corporativo. Cinco anos após abandonar as pistas, precisou usar os valores aprendidos no universo do esporte na empresa que evita fraudes eletrônicas.

O empresário destaca que a capacidade de recuperação emocional diante das dificuldades do dia a dia foi uma das principais lições que aproveitou do seu período como atleta. "Eu me machucava nos treinos, mas sempre voltava, porque entendia que era parte do jogo. Abri minha empresa com esse mesmo espírito e me mantive otimista, mesmo só tendo lucro depois de oito anos", diz.

O ex-nadador Alexandre Massura, 41, afirma que um dos maiores ativos que levou das disputas nas piscinas para a mundo corporativo foi a disciplina. Hoje sócio de uma empresa de marketing esportivo no Rio de Janeiro, ele foi medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg (1999), e disputou campeonatos com nomes do esporte como Gustavo Borges e Fernando Scherer.

"Como atleta, tinha que ter uma meta e ir atrás de resultado, com rotina de treinos de quase sete horas por dia, seis vezes por semana", diz. "Não é diferente do que faço na empresa. Um profissional precisa saber o que quer e como fazer para chegar lá."

Para o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, 47, que acaba de receber a honraria de acender a pira olímpica na Rio-2016, o importante é definir objetivos, seja no esporte ou no mercado de trabalho. Aposentado desde 2009, ele dá palestras e participa de eventos. "Sempre há altos e baixos. Às vezes, não me sentia confiante, mas eu sabia que aquilo era o que eu queria para a minha vida."

Para a coach Nell Salgado, que acompanha a judoca campeã Rafaela Silva desde os Jogos de Londres (2012) até esta Rio 2016, "é possível ser uma pessoa de alto rendimento, inquieta e que caça bons resultados em qualquer área da vida".

Para chegar ao "ouro", Mantovani, da Robert Half, diz que é preciso se preparar continuamente. "Esportistas acordam cedo, praticam por horas, enquanto o profissional deve investir em um novo idioma, em uma pós-graduação e até na capacidade de ouvir o feedback de seu gestor, para saber no que ele pode melhorar", compara.

Já o ex-nadador Pedro Rego Monteiro, 41, medalhista no Pan de Santo Domingo (2003), aconselha quem busca alto rendimento no mundo empresarial a não perder a medida do "treino" para não acabar estafado, o que compromete o desempenho.

"Atribuo minha não classificação para a Olimpíada de 2004 a esse excesso. Pratiquei demais, não respeitei meu tempo de descanso. Às vezes é preciso ser um pouco menos exigente, algo que tento colocar em prática hoje, como empresário", diz. Atualmente, Monteiro é sócio de Alexandre Massura.

A capacidade de trabalhar em grupo é uma das competências do esporte mais óbvias valorizadas por empresas. "É preciso saber se comunicar bem, trabalhar com pessoas que têm habilidades distintas e se entregar a um projeto em prol de um resultado conjunto", diz Mantovani.

O nadador paraolímpico Clodoaldo Silva, 37, ouro em Atenas (2004), diz que o momento mais emocionante da sua trajetória foi a conquista do primeiro lugar no revezamento, após cinco medalhas em modalidades individuais.

"Não éramos os favoritos, mas conseguimos. Chorei, coisa que não tinha feito até ali. Ganhar é bom, mas em grupo é melhor ainda."

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NA QUADRA OU NO ESCRITÓRIO
Como usar os valores dos atletas na carreira

TIRO AO ALVO
Defina objetivos claros para sua carreira e estabeleça metas de curto prazo, fáceis de serem alcançadas. Investigue o que outros profissionais bem-sucedidos fizeram para alcançar suas metas

TREINAMENTO
Assim como atletas, é preciso treinar para se desenvolver. Também é importante estar preparado para adversidades e saber tomar decisões, levando em consideração vantagens e desvantagens

SEM AMARELAR
Se concentre apenas em atitudes positivas necessárias para alcançar um objetivo, e não no que pode acontecer de ruim. Isso afasta o medo de errar na hora decisiva

MARATONA
Se preocupe menos com o "placar" e mais com o percurso. Uma trajetória estável e disciplinada, com dedicação, é a fórmula mais eficaz para garantir sucesso

Fonte: Suzy Fleury, psicóloga

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