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carreira executiva

Executivos com trajetória global dividem seus truques

Mente aberta, observação, capacidade de adaptação e muito estudo são os principais ingredientes para construir carreira no exterior segundo executivos que traçaram suas trajetórias profissionais em algumas das maiores empresas do mundo.

O empresário Alexandre Hohagen, que foi vice-presidente do Facebook e do Google para a América Latina e hoje tem uma empresa de marketing com base em Miami, conta que sempre procurou ter uma atuação eclética. Exerceu cargos na área de comunicação, em recursos humanos e, por fim, em vendas.

Yuri Gonzaga -28.jul.2012/FolhapressDivulgação
PODER - No nono dia da Caravana Pelo Brasil, a ex Presidenta Dilma encontra o ex Presidente Lula participa de ato da Frente Brasil Popular, no centro de Recife. 25/08/2017 - Foto - Marlene Bergamo/Folhapress - 017 -
Alexandre Hohagen, ex vice-presidente do Facebook e do Google para a América Latina

Também trabalhou em empresas de diferentes setores, como Dow Chemical, ABN Amro Bank e HBO. "Tomei uma decisão lá atrás de conhecer diferentes indústrias e setores e sempre planejei o que eu queria fazer. A cada mudança, fazia uma imersão grande para aprender."

Formado em jornalismo pela USP, ele destaca a importância de o executivo, quando está em outro país, prestar atenção ao ambiente. "Dediquei tempo para observar as coisas boas e não tão boas dos lugares onde trabalhei."

Não colocar barreiras para si mesmo no novo ambiente é uma atitude determinante, aponta Rico Malvar, 60, cientista-chefe da divisão de pesquisa da Microsoft. "A pessoa precisa acreditar no próprio potencial", afirma.
Engenheiro elétrico, Malvar se mudou para os EUA em 1993 e, neste ano, completou 20 anos na Microsoft.

Para quem quer seguir esse caminho, ele sugere olhar para a própria área de atuação de forma ampla. "Tem que se informar, buscar conhecer o que existe no mundo sobre o assunto e qual é o estado da arte daquela área."
Na sua visão, esta é uma época de oportunidades para quem busca uma carreira no exterior, porque as empresas também estão abrindo suas mentalidades. Na Microsoft, por exemplo, a diferença é valorizada, diz ele.
"Quanto maior a diversidade, mais informação você tem."

Estar atento às oportunidades e saber aproveitá-las é essencial, acrescenta Ivan Passos, gerente de produtos do Google. Quando estava no último ano de engenharia elétrica na USP, recebeu uma proposta para trabalhar nos EUA, onde ficou por 14 anos. Após uma temporada no Brasil, voltou ao país.

ARMADILHAS

"Você nunca deve deixar de ser brasileiro, mas não deve ser só brasileiro. Uma das armadilhas é sair do país e querer continuar vivendo como se estivesse lá", aconselha.

É preciso olhar as diferenças entre o que se valoriza no Brasil e no país alvo, diz Isis Borge, gerente de recrutamento da consultoria Robert Half. Essas diferenças vão desde o que se espera do currículo de um bom candidato até questões comportamentais ligadas à cultura local.

"Nos Estados Unidos, os profissionais são mais especializados", exemplifica. "Na Europa, de forma geral, valoriza-se a experiência naquela função, então quem trocou muitas vezes de emprego pode ter mais barreiras."

Uma vez conquistada a vaga, é importante observar a cultura e tentar se enquadrar. "Os americanos costumam ser muito focados. Se o brasileiro passar muito tempo no café, vai ser notado. Já na Inglaterra e em alguns países nórdicos, é quase uma ofensa não ir ao happy hour da empresa", afirma Borge.

Para entender os valores do novo destino, a chave é observar, conversar, pedir feedback e fazer autoanálise contínua. "Reputação é difícil de conquistar e fácil de perder."

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