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guia das profissões

Ensinar máquinas a pensar é uma das profissões mais promissoras

Enquanto aulas de programação começam a figurar na grade do ensino fundamental, graduados em ciência da computação vão além: dão ferramentas às máquinas para que comecem a aprender sozinhas, sem necessidade de que sejam programadas.

A especialização em machine learning -ou aprendizado de máquina- é uma das mais promissoras para profissionais da área. "Hoje todas as empresas, não só de tecnologia, estão buscando esse profissional", diz Eduardo Endo, coordenador do MBA em machine learning da Fiap.

Esse especialista em inteligência artificial faz, por exemplo, com que um serviço de vídeo sob demanda saiba o que recomendar a um espectador com base naquilo que ele já viu e ensina computadores a reconhecer vozes e rostos.

Qualquer empresa que possua um banco de dados pode tirar vantagem do machine.

learning para seu negócio, diz Ana Romeo, gerente de produto de inteligência artificial e data science da escola virtual de tecnologia Udacity.

Fernando Favoretti Vital, 24, formou-se em sistemas de informação na USP e trabalhava como administrador de banco de dados. Por recomendação de seu chefe, foi atrás de um curso livre em machine learning. "Ele me falou que era uma área que estava começando e tinha meu perfil."

Depois de terminar o curso, foi selecionado para participar de um programa de jovens cientistas da Nasa e do Blue Marble Space Institute of Science, nos Estados Unidos.

Com um grupo de estudantes internacionais, trabalhou na construção de uma câmara de cultivo para alimentos que será instalada em estações espaciais. "Eu criei a inteligência da máquina. Ela sabe o que plantar, como plantar, o que será melhor para o astronauta. Ela consegue simular diversas variáveis", conta.

O machine learning é um passo adiante em relação ao big data, outra especialização de tecnologia em alta.

Um cientista de dados ou especialista em big data tira correlações e insights de grandes massas de informação.

Já o profissional de aprendizado de máquina cria, a partir desses dados, programas que conseguem prever um comportamento.

Além de programar, é preciso ter conhecimento em matemática para criar os modelos. A Brasoftware busca gente formada em ciência da computação com pós-graduação na área de exatas, como matemática aplicada, diz Abílio Pettenazzi, gerente de estratégias da empresa de tecnologia.

Como é importante conhecer a indústria na qual irá atuar, Renato Souza, professor de matemática aplicada da FGV, diz que é possível fazer uma graduação em humanas e depois desenvolver a parte técnica, embora seja um caminho menos comum.

Há cinco anos, diz Fabrício Barth, líder na área na IBM, a aplicação de aprendizado de máquina só acontecia em laboratórios. Hoje, com o crescimento do setor em empresas, não é fácil encontrar profissionais qualificados.

"Toda semana - e não é figura de linguagem- tenho um ex-aluno ou colega me pedindo indicação de alguém com perfil para machine learning", afirma Souza.

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ESPECIALISTA EM MACHINE LEARNING

O que faz
Dá aos computadores a habilidade de aprender sem serem programados

Salário inicial
R$ 6.000

Onde estudar
FGV, Fia e Fiap dão especializações. Há cursos online como Udacity e Coursera

Perfil desejado pelas empresas
Profissional que trabalhe em equipe, que aprenda rapidamente e goste de resolver problemas

Onde há vagas
Empresas de tecnologia, finanças, entretenimento, startups

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